Baptista Leite não se exclui da liderança parlamentar do PSD
30-06-2022 - 07:02
 • Susana Madureira Martins (Renascença), Sofia Rodrigues (Público)

Em entrevista ao programa Hora da Verdade da Renascença e do jornal Público, o vice-presidente da bancada parlamentar assume que não se exclui de um "grupo de deputados mais experientes" que podem assumir a liderança dos deputados do PSD.

Na véspera do congresso do PSD do Porto e de uma mudança de ciclo no partido, Ricardo Baptista Leite garante que tem confiança em Paulo Mota Pinto como presidente do grupo parlamentar, mas ressalva a necessidade de qualquer líder partidário ter "um alinhamento absoluto por parte da direção da bancada".

E recorda que Hugo Soares pôs o lugar à disposição quando Rui Rio tomou conta do partido

Já disse que Montenegro tem legitimidade para substituir a liderança parlamentar, mas Paulo Mota Pinto foi eleito com uma votação expressiva e tem um mandato de dois anos. Como é que se compatibiliza isso?

O facto de ter aceitado ser vice-presidente [da bancada parlamentar]demonstra a minha confiança nas capacidades reconhecidas de Paulo Mota Pinto como académico, como político e como deputado. Essa é uma não questão. O que disse e mantenho é que qualquer líder partidário tenha um alinhamento absoluto por parte da direcção da bancada.

O presidente do grupo parlamentar tem assento no órgão mais restrito do PSD, a comissão permanente. As conversas mais privadas, as discussões mais estratégicas e as análises mais difíceis são feitas neste núcleo que tem de ser de absoluta confiança do líder do PSD. Não consigo imaginar um cenário em que qualquer presidente do partido ter dentro dessa equipa uma pessoa em quem não confia.

Hugo Soares era líder do grupo parlamentar quando Rui Rio foi eleito e pôs o seu lugar à disposição e foi substituído e foi encarado com naturalidade. Se Luís Montenegro entender que tem a confiança para que Paulo Mota Pinto possa exercer então tem todas as condições para continuar a ser o líder. Ou, ao contrário, significa que o presidente do partido tem toda a legitimidade para seguir outro rumo. O fundamental é Luís Montenegro perceber que tem na direção do grupo parlamentar e no grupo de deputados total apoio para criar condições óptimas para exercer o seu mandato.

Se a decisão for Mota Pinto não continuar um dos nomes de que se fala é o seu para lhe suceder. Está disponível?

Estamos a falar de cenários hipotéticos, não vou, naturalmente, conjecturar sobre isso. Há na bancada do PSD uma série de quadros com grande experiência parlamentar, não me excluo desse grupo de deputados mais experientes, mas vejo em todos eles disponibilidade para fazer o que é preciso nesta fase.

E assumir um cargo de direcção partidário, estaria disponível?

Não acho que seja útil discutir lugares personalizados a uma ou outra pessoa.