"Vim aqui para nada". Foi esta a frase mais ouvida na manhã desta quinta-feira no Hospital São João, no Porto, por causa do cancelamento de várias consultas.
Na base dos constrangimentos está a greve da Função Pública marcada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos (STTS), que afeta principalmente os serviços de saúde e as escolas.
Visivelmente irritados, os utentes que viram a sua consulta desmarcada não quiseram falar com a Renascença. Ainda assim, num passo rápido em direção à saída do maior centro hospitalar do Porto, os utentes dizem estar cansados de sucessivas paralisações.
Semelhante incómodo foi sentido por Marisa Lopes. Foi aos serviços administrativos do São João para "levantar alguns documentos da mãe", que está internada, mas "teve a surpresa de encontrá-los fechados".
Apesar de admitir que, na Suíça, país para onde emigrou, "nem tudo são rosas", Marisa diz que "já não está habituada à situação do país".
"Ninguém dá informação correta, porque falo com uma pessoa que diz uma coisa, cinco minutos depois o colega já diz outra totalmente diferente e, no dia a seguir, o terceiro colega já diz que nem a primeira nem a segunda estavam corretas", reclama.
A greve desta quinta-feira regista uma adesão de 90% segundo o STTS. Uma situação que se pode repetir já na próxima segunda-feira, dia em que está marcada uma nova greve destes profissionais.