Implementado em Portugal em 2012, o projecto “Família do Lado”, através da qual uma família aceita acolher em sua casa uma outra que não conheça, pretende promover uma melhor integração dos imigrantes e refugiados no nosso país.
É o que vai acontecer este domingo, às 13 horas, um pouco por todo o país: vão sentar-se à mesma mesa famílias imigrantes ou refugiadas com famílias portuguesas e contribuir, assim, para quebrar barreiras e acabar com preconceitos.
O almoço é apenas um pretexto que “serve para falar do desafio que é para quem chega a um novo país, percebê-lo, integrá-lo e fazer parte dele”, refere o Alto Comissário para as Migrações.
Pedro Calado admite que “é muitas vezes neste lado relacional, afectivo, de proximidade, vizinhança que a integração pode ser ainda uma melhor experiência”.
Estes almoços têm tido resultados inesperados. “Nos últimos anos 55% das pessoas que participam nestes almoços continuam exactamente a relacionar-se a partir daí. E tivemos até o caso interessante, no último ano, em que houve até famílias que depois acabaram por passar o Natal ou a passagem de ano juntas”.
Este ano haverá o maior número de famílias participantes, são mais de 280, o que “mostra que este projecto vai crescendo de forma também sustentada nos últimos anos”.
Outros números indicam que haverá, pela primeira vez, o “número máximo de municípios envolvidos” que são 44. E ainda o “maior número de nacionalidades”, participam pessoas de 36 países: grande parte é do Brasil, Ucrânia e Cabo Verde, mas há quem tenha vindo do Nepal, Bangladesh, Síria, Eritreia só para dar alguns exemplos.
O Alto Comissário considera que estes “são números que nos animam, porque este é um projecto feito de muita boa vontade e que basicamente vai crescendo, porque há entusiasmo., porque também há vontade das pessoas em abrirem as suas casas”.
O projecto “Família do Lado” nasceu na República Checa em 2004 e chegou a Portugal em 2012 pela mão do Alto Comissariado para as Migrações, que trabalha em parceria com outros organismos de apoio a imigrantes e refugiados.
Estabelecer pontes, fomentar uma melhor integração de famílias migrantes, promover a diversidade cultural são algumas das suas metas.