Lares. Brigadas arrancam com menos profissionais do que o previsto
01-10-2020 - 08:52
 • Fátima Casanova , Marta Grosso

Brigadas de Intervenção Rápida começam hoje a dar apoio aos lares com infetados. O presidente do Instituto da Segurança Social desvaloriza falta de enfermeiros e cuidadores.

Arrancam nesta quinta-feira, mas incompletas, as Brigadas de intervenção Rápida para os lares atingidos por surtos de Covid-19. Há menos enfermeiros e menos cuidadores do que o que estava previsto.

O presidente do Instituto da Segurança Social desvaloriza o facto e explica à Renascença que, em caso de surto, nem todos os profissionais são chamados ao mesmo tempo.

“Cada vez que há um surto, vê-se qual a necessidade de recursos humanos, porque esses recursos vão ser integrados na estrutura e no funcionamento da estrutura enquanto ela estiver descompensada”, começa por dizer.

Rui Fiolhais concretiza exemplificando que, num surto, poderá ser “necessário um auxiliar de limpeza ou dois auxiliares de ação direta ou um enfermeiro. Ou não ser necessário.”

O presidente do Instituto da Segurança Social garante, no entanto, que as 18 equipas continuam a ser reforçadas.

No total, estão previstos 400 profissionais nas brigadas destinadas aos lares em situação de surto por Covid-19. As equipas são multidisciplinares e os recursos humanos serão “mobilizáveis em função das necessidades, pelo que a sua intervenção tem uma geometria variável, caso a caso”.

Ainda assim, já foram alocados 87% dos recursos, incluindo 20 psicólogos e 56 enfermeiros, de uma lista de cerca de 270 enfermeiros disponibilizada pela Ordem dos Enfermeiros.

Rui Fiolhais explicou que “o universo de 400 elementos foi decalcado do modelo que corresponde às necessidades que o país atravessou ao nível destas intervenções no mês de junho, que foi um mês de referência em contexto de pandemia”.

Em declarações à Renascença, o presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, que coordenou o processo, admitiu que as brigadas de intervenção rápida vão trabalhar com médicos tarefeiros, que serão contratados em caso de necessidade.

Francisco George defendeu a solução, tendo em conta que não há médicos.

Está prevista a criação de 18 equipas multidisciplinares – uma por distrito – compostas por médicos, enfermeiros, psicólogos e auxiliares de ação direta e auxiliares de serviços gerais e com capacidade de resposta 24 horas por dia.