Bispos do Reino Unido contra projeto sobre suicídio assistido
26-10-2021 - 12:10
 • Olímpia Mairos

O diploma sobre a morte assistida passou na Câmara dos Lordes. Conferência Episcopal apela à proteção da sacralidade da vida e ao investimento em cuidados paliativos de qualidade.

O projeto de lei sobre o suicídio assistido no Reino Unido, denominado "Assisted Dying Bill", apresentado pela baronesa Molly Christine Meacher, passou na Câmara dos Lordes.

Se vier a ser aprovado, o projeto de lei permitirá o suicídio assistido de adultos, doentes terminais com menos de seis meses de vida, sujeito à aprovação por dois médicos e um juiz do Supremo Tribunal.

A Conferência Episcopal de Inglaterra e País de Gales (CBCW), que já antes se opôs ao projeto, acaba de publicar uma nova nota assinada por D. John Sherrington, responsável pelo Departamento para as Questões de Vida, aplaudindo os esforços daqueles que se opõem à legislação proposta "por razões de segurança, para proteger as pessoas vulneráveis e as pessoas portadoras de deficiência e para realçar o uso indevido da linguagem da compaixão quando, na realidade, significa a morte".

No documento, citado pelo Vaticano News, os bispos agradecem a todos aqueles que "rezam para que esta lei possa ser derrotada" e reiteram o compromisso de toda a Conferência Episcopal de Inglaterra e do País de Gales em "acompanhar e contestar esta legislação nos próximos meses".

Os bispos explicam que a Igreja Católica é clara sobre o fato que nunca se pode ajudar outra pessoa a tirar a sua própria vida, mesmo que ela a peça.

Isto porque "toda a vida é sagrada, desde a conceção até à morte natural", lê-se no documento em que os bispos exortam o Estado a "investir em cuidados paliativos de alta qualidade", porque é necessário "ajudar a vida, não o suicídio".

Já em 19 de outubro, numa carta conjunta, o arcebispo católico de Westminster e presidente do episcopado britânico, cardeal Vincent Nichols, o arcebispo anglicano de Canterbury Justin Welby, e o rabino chefe Ephraim Mirvis, expressaram "profunda preocupação" com o projeto de lei e sublinharam que "o bem comum não é servido por políticas ou ações que colocariam muitas pessoas vulneráveis em posições ainda mais vulneráveis".