Papa em Niceia: “É uma viagem que desejo fazer, de todo o coração”
28-06-2024 - 13:35
 • Aura Miguel

A visita deverá incluir Istambul e Iznik, uma cidade situada na região de Mármara, onde, no ano 325, se realizou o primeiro concílio de Niceia.

O Papa Francisco reafirmou esta sexta-feira o seu desejo de visitar a Turquia em 2025, no âmbito das comemorações dos 1.700 anos do Concílio de Niceia. Como a Renascença já tinha anunciado, em maio passado, por ocasião da visita a Lisboa do Patriarca Bartolomeu de Constantinopla, a visita deverá incluir Istambul e Iznik, uma cidade situada na região de Mármara, onde, no ano 325, se realizou o primeiro concílio de Niceia.

Ao receber, esta sexta-feira no Vaticano, uma delegação do Patriarcado Ecuménico, Francisco sublinhou a importância de inserir este 1700º aniversário nas comemorações do próximo Jubileu. O objetivo é “testemunharmos juntos a fé e o anseio para uma maior comunhão”, afirmou.

No seu discurso, o Santo Padre revelou que os preparativos conjuntos para comemorar este aniversário já começaram e agradece ao Patriarca Bartolomeu “por me ter convidado a celebrá-lo nos locais onde o Concílio se reuniu. É uma viagem que desejo fazer, de todo o coração.”

Na bula que proclama o Jubileu de 2025, publicada em maio deste ano, Francisco lembra que o Concílio de Niceia teve como missão “preservar a unidade, então seriamente ameaçada” e que foi nesse Concílio que se tentou definir a data da Páscoa, que ainda hoje não coincide porque os cristãos do ocidente seguem o calendário gregoriano, enquanto os cristãos do oriente (ortodoxos e católicos de rito oriental) seguem o calendário juliano.

No entanto, como precisamente no ano de 2025, providencialmente, a mesma Páscoa vai coincidir no mesmo domingo, o Papa espera “que isto seja um apelo a todos os cristãos do Oriente e do Ocidente para darem resolutamente um passo rumo à unidade em torno de uma data comum para a Páscoa”.

É urgente rezarmos juntos pela paz

A dramática situação que hoje se vive na Terra Santa e no Medio Oriente foi outro dos assuntos em destaque no discurso desta manhã. Francisco recordou os passos positivos de “amizade fraterna” que têm vindo a consolidar-se entre ele e o Patriarca Bartolomeu, desde o histórico encontro que tiveram há 10 anos, em Jerusalém e, sobretudo, os esforços conjuntos a favor do diálogo e da paz na região.

“A história atual mostra, de modo trágico, a necessidade e a urgência de rezarmos juntos pela paz, para que a guerra acabe e para que os Chefes das nações e as partes em conflito possam encontrar a via da concórdia e todos se reconheçam irmãos”, disse o Papa.