Davos 2020, a primeira vez
24-01-2020 - 22:00
 • José Bastos

Afonso Reis Mendonça olha para os desafios da União Europeia.

Até para Davos há sempre uma primeira vez. Nunca no registo do Fórum Económico Mundial, a crise climática havia sido o tema de maior preocupação do espaço de debate por excelência entre elites políticas e os verdadeiros pivots económico-empresariais à escala global. Assim indica o relatório de risco de 2020 do Fórum Económico, depois de os mais de 750 participantes terem sido questionados sobre as maiores ameaças para a economia na próxima década.

Davos respira multilateralismo por todos os poros, não tem a capacidade executiva do FMI G-20 ou da Organização Mundial do Comércio, mas a sua grande vantagem é servir de radiografia muito precisa sobre as deficiências da governança económica mundial e das tendências da globalização.

As preocupações com a crise climática estão no topo da agenda da presidente da Comissão Europeia que justamente no já célebre centro turístico do cantão suíço de Grisones, a 1560 metros de altitude, Ursula von der Leyen, apelou a um mundo mais sustentável, através de uma reconciliação da economia com o planeta, só possível com diálogo.

E tudo pode começar em Davos, porque para a promotora do Pacto Verde Europeu, "Davos é o lugar onde os líderes que de outra forma não se falariam entram em debate, onde os conflitos são evitados, os negócios começam e as contendas terminam".

Ao contrário do Clube Bilderberg, o encontro fechado que reúne durante um fim de semana um grupo de 130 banqueiros, empresários e políticos de todo o mundo, Davos pode ser menos influente, mas ganha em máxima transparência na propagação de ideias a ganhar dimensão global na defesa do multilateralismo. Por exemplo, na defesa de regras do jogo económico mais objetivas, mais globais e que regulem indústrias e vários sectores contra a mão – ocasionalmente imprevisível – dos mercados

Ao centro logístico da melhor aristocracia político-empresarial global regressou em 2020 Afonso Reis Mendonça, professor universitário, referência portuguesa do Global Shapers - comunidade de empreendedores jovens criada dentro do Fórum Económico Mundial – analisando neste Decidir Europa/Euranet, a partir de Davos, os desafios do crescimento económico tendo como pano de fundo as pressões dos jovens, millenials e geração z, junto dos decisores empresariais e à luz do pacto ecológico europeu proposto pela Comissão Europeia.

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus