Tusk faz avisos à navegação por causa de Trump
01-02-2017 - 11:27

Há avisos à navegação do presidente do Conselho Europeu face às posições assumidas pela nova administração dos Estados Unidos. O assunto está em todos os jornais desta quarta-feira. Um Donald contra Donald.

Tusk, o presidente do Conselho Europeu, tomou a palavra em nome dos líderes da União Europeia e lançou um duro ataque contra Trump. O britânico “Independent” faz o sumário de uma carta que Donald Tusk enviou a 27 chefes de Estado e de Governo da União. O presidente do Conselho Europeu diz que o novo Presidente americano é uma séria ameaça à Europa ao pôr em causa a política externa seguida pelos Estados Unidos desde o fim da II Guerra Mundial. Aliás, Donald Tusk coloca Trump na lista dos desafios mais perigosos que se colocam à Europa nos tempos mais próximos: a saber, a Rússia, com a sua diplomacia agressiva, a assertividade da China – que desafia os valores da União – e o Islão radical traduzido na ameaça terrorista que pende sobre toda a Europa. Tusk deixa ainda um sério alerta aos políticos europeus que têm apostado na desintegração do projecto. Se isso acontecer, não significará de todo a retoma de uma soberania plena dos seus estados-membros mas antes uma dependência real e factual de superpotências como os Estados Unidos, a Rússia e a China.

Em sentido contrário, a administração Trump elege a Alemanha como alvo preferencial das suas, podemos dizer, “provocações”. Peter Navarro, presidente do Conselho Nacional do Comércio, criado pelo presidente norte-americano acusa os germânicos de usarem um euro grosseiramente subvalorizado para explorar os Estados Unidos e os seus parceiros da União Europeia. São declarações recolhidas pelo Financial Times, e que são citadas na edição de hoje do Jornal de Negócios. Na resposta, a chanceler Angela Merkel lembra que os governos alemães não conduzem a política monetária nem fixam as taxas de câmbio. Isso é tarefa dos bancos centrais, defende Merkel. Antes do euro com o Bundesbank, agora com a moeda única, essa regulação fica a cargo do Banco Central Europeu, uma entidade independente dos governos.

Enquanto isso, por cá, o “Público” fala dos financiamentos comunitários. Portugal já assegurou mil milhões no âmbito do chamado plano Juncker. O “Público” conta que, apesar de termos partido com atraso no arranque do plano de investimentos para a Europa, a verdade é que nos últimos seis meses, Portugal recuperou bem o ritmo e é já o oitavo país que mais fundos mobilizou no âmbito do Fundo Europeu para os Investimentos Estratégicos, o chamado plano Juncker, que disponibiliza 315 mil milhões de euros. O “Público” lembra que em Junho de 2016, Portugal tinha apenas cinco projectos de investimento aprovados. Ora, no final do ano passado, o número mais do que triplicou. Há 18 projectos que contam com mil milhões de euros, uma fasquia deverá alavancar investimentos da ordem dos 3,4 mil milhões.