Milhares de ucranianos deportados para a Rússia
21-06-2022 - 08:07
 • Olímpia Mairos

Os números foram avançados pela vice-primeira-ministra ucraniana que alerta que mais de 1.500 ucranianos estão detidos em prisões russas.

A vice-primeira-ministra da Ucrânia e ministra da Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados revelou que cerca de um milhão e duzentos mil ucranianos foram deportados de forma forçada para a Rússia, sendo que destes, 240 mil são menores e dois mil são órfãos.

Segundo a governante, em declarações citadas pelo Ukrinform, “mais de 1.500 civis ucranianos estão detidos como prisioneiros de guerra em Rostov e Kursk, mas não são prisioneiros de guerra, deviam ser libertados”.

Entre os civis ucranianos em cativeiro, Iryna Vereshchuk indica que há voluntários, ativistas, jornalistas, padres, deputados de conselhos locais e chefes de agências do governo local.

A vice-primeira-ministra ucraniana dá conta ainda de mais de 300 pessoas presas na fábrica de Azot em Severodonetsk, impedidas de abandonar o local pelas tropas russas.

“Atualmente, há mais de 300 pessoas na fábrica de Azot em Sievierodonetsk. Mas isso não é Azovstal, não há abrigos anti-bombas. Azot é uma fábrica química que não tem infraestrutura subterrânea”, disse.

“Apelámos à abertura de um corredor humanitário, a partir desta fábrica, com o uso da ponte Jubileu, que ainda não foi destruída, mas o inimigo não nos permitiu fazê-lo”, acrescentou.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A ONU confirmou que 4.569 civis morreram e 5.691 ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.