Guterres diz que é "óbvio" que condenou ataque do Irão após ser banido de Israel
02-10-2024 - 17:27
 • Miguel Marques Ribeiro com Lusa

Ministério dos Negócios Estrangeiros "lamenta profundamente" a decisão de Israel de declarar o secretário-geral da ONU "persona non grata".

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reagiu esta quarta-feira às críticas de Israel sob a sua reação ao ataque do Irão, afirmando ter condenado implicitamente o regime iraniano numa declaração divulgada na noite de terça-feira.

"Tal como fiz em relação ao ataque iraniano de abril, e como deveria ter sido óbvio que fiz ontem [terça-feira] no contexto da condenação que expressei, condeno veementemente o ataque massivo com mísseis do Irão contra Israel", sublinhou Guterres durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU convocada para discutir a situação no Líbano.

MNE insta Israel a rever posição

O Ministério dos Negócios Estrangeiros reagiu através do X à decisão do Governo israelita de declarar o secretário-geral da ONU "personna non gratta", proibindo a sua entrada no país.

"O MNE lamenta profundamente a decisão do Governo de Israel de declarar o SG ONU @antonioguterres “persona non grata”", afirma uma publicação na conta oficial.

O ministério liderado por Paulo Rangel sublinha que Guterres "é indispensável para assegurar o diálogo, a paz e o multilateralismo". "Insta-se o governo de Israel a rever a sua decisão", conclui a publicação.

Israel proíbe Guterres de entrar no país

Esta quarta-feira o governo israelita decidiu banir António Guterres do país.

"Qualquer pessoa que não condene inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos", referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, num comunicado divulgado esta manhã.

Na terça-feira, o líder das Nações Unidas referiu, na rede social X, condenar "a expansão do conflito no Médio Oriente" e apelou à calma, mas não fez qualquer referência específica a Teerão ou ao ataque.