Depois de na sexta-feira ter sido divulgado que o livro Luaty Beirão "Sou Eu Mais Livre, Então – Diário de um Preso Político Angolano" não poderá ser vendido na Festa do Avante, o ativista luso-angolano reagiu à polémica no Twitter.
“Epá, em Angola pelo menos os “amigos do MPLA” estão a deixar os “malfeitores” vender as suas obras”, escreveu o ativista e rapper.
Na sexta-feira, na conta pessoal do Facebook, a editora e fundadora da editora Tinta da China, Barbara Bulhosa, que publica o livro do luso-angolano, escreveu que tinha acabado de saber que da "lista de livros que selecionámos para estarem na Festa do Avante foi retirado o diário de prisão do Luaty Beirão".
O PCP justificou-se, segundo Bulhosa, com o incómodo que o facto iria causar "aos camaradas do MPLA".
Bárbara Bulhosa acaba a mensagem naquela rede social a dizer que "é uma tristeza verificar que para o PCP os presos políticos continuam a ter nacionalidade, e que os que interessam são só os nossos, durante o Estado Novo."
Em resposta por escrito à Renascença, o PCP esclarece que "a “Festa do Livro” que marca presença na Festa do Avante! é da responsabilidade da editora Página a Página que assume os seus próprios critérios e opções editoriais quer quanto às editoras convidadas quer quanto aos títulos à venda."
"Pela expressão e reconhecimento que o espaço granjeou ao longo de quatro décadas, expôs milhares de títulos, de largas dezenas de editoras, é natural que a editora responsável observe critérios seus de qualidade e seriedade nos títulos que põe à disposição dos visitantes", acrescentam os comunistas.
O PCP afirma ainda que "rejeita operações difamatórias vindas de quem sem crédito se move pelo preconceito e o mais primário anticomunismo."