Altas figuras do Estado no Qatar. “É bastante triste", diz ex-ministra socialista
21-11-2022 - 06:50
 • Renascença

Marcelo Rebelo de Sousa tem luz verde para seguir viagem até ao Qatar. PS e PSD viabilizam a deslocação, mas a polémica está instalada e suscita críticas da esquerda à direita.

A ex-ministra socialista Alexandra Leitão afirmou que o Qatar é um Estado xenófobo, autocrático e homofóbico, que não merece respeito do ponto de vista dos direitos humanos. Por isso, Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Augusto Santos Silva não deveriam deslocar-se àquele país para ver os jogos da seleção.

Na última noite, a comentadora confessou no programa Princípio da Incerteza, na CNN Portugal, que não tem satisfação em ver as “mais altas figuras do Estado português” deslocarem-se ao país árabe. “É bastante triste que, por um lado, estejamos a trabalhar nos direitos humanos, contra a violência e a favor da igualdade…e depois se leve um bocadinho ao colo um regime com estas características que usa a realização do mundial para se promover, se branquear e limpar a sua imagem.”

Na sua intervenção criticou não só o processo de atribuição da competição ao país, marcado pela corrupção", como as próprias leis Qataris, que “discriminam mulheres e homossexuais” e instituem um sistema de castas, em que só os qataris são considerados cidadãos do país e são retirados os documentos aos migrantes.

Alexandra Leitão fala de um Estado “xenófobo, autocrático e homofóbico, que não merece nenhum respeito do ponto de vista dos direitos humanos”.

Sobre o tema, também Marques Mendes deixou críticas no seu habitual espaço de comentário na SIC, onde considerou que as mais altas figuras do Estado não devem deslocar-se ao Qatar. O comentador defendeu que esse seria um sinal claro de distanciamento e de condenação de uma situação de violação de direitos humanos.

Esta segunda-feira, no Parlamento, vai ser votada a autorização da viagem de Marcelo Rebelo de Sousa para assistir ao jogo de estreia de Portugal no Campeonato do Mundo de Futebol. Foi o próprio Presidente da República que decidiu colocar a autorização da viagem à consideração dos deputados - PS e PSD vão viabilizar a deslocação. Já Iniciativa Liberal, Bloco de Esquerda e PAN manifestam-se contra.