“Foi o pânico geral – ajudei cinco ou seis pessoas, mas outros já não se mexiam”
22-03-2016 - 12:47

Alphonse Lyoura estava no aeroporto de Bruxelas a cinco metros da primeira explosão.

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Trabalha no aeroporto internacional de Bruxelas. Alphonse Lyoura é empregado da segurança das bagagens na aerogare. Relata que as duas explosões desta terça-feira provocaram "o pânico geral a todos os níveis".

Tudo começou com um grito. Lyoura diz à agência France Presse que "um homem gritou” umas palavras em árabe” e que depois ouviu “uma grande explosão”, que aconteceu muito perto de um dos balcões de embarque da TAP.

Era a primeira explosão, mas "não passaram dois minutos" para surgir a segunda. “Eu escondi-me, esperei cinco ou seis minutos”. As pessoas começaram a vir “na minha direcção para que as salvasse. Foi o pânico geral”. “Ajudei cinco ou seis pessoas, mas outros já não se mexiam.”

Alphonse Lyoura refere que há muitos feridos ao nível dos membros inferiores e que "muitos perderam as pernas. “Foi verdadeiramente o horror, a Bélgica não merece isto."

Bruxelas foi esta terça-feira de manhã abalada por dois atentados, com duas explosões no aeroporto e uma no metro da capital da Bélgica, que fizeram, segundo os dados disponíveis às 12h46 (hora de Lisboa) 34 mortos.

Entre os feridos está, segundo disse à agência Lusa o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, uma enfermeira portuguesa de 30 anos, de Coimbra, que ficou ferida na explosão na estação de Metro de Maalbeek, mas sem gravidade, já tendo regressado a casa depois de assistida no hospital.

A procuradoria belga já confirmou que, no caso do aeroporto, tratou-se de um atentado terrorista suicida.

Por causa das explosões, o nível de alerta terrorista na Bélgica foi elevado para quatro, o máximo da escala naquele país, tendo sido também aumentado o nível de segurança nas instalações nucleares belgas.

Também as autoridades francesas e britânicas reforçaram as medidas de segurança no aeroporto Charles de Gaulle, o maior de Paris, e no de Gatwick, em Londres. A Holanda e a Alemanha também reforçaram as medidas de segurança nos aeroportos e fronteiras terrestres.

Em Portugal, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras reforçou as medidas de controlo de passageiros nos aeroportos nacionais, apesar de ainda não terem sido alterados os níveis de alerta. No aeroporto de Lisboa, a zona do 'check-in' foi evacuada durante cerca de 20 minutos, pela PSP, devido a uma "mala abandonada".