Perante a morte,
o céu chora as nossas lágrimas.
Fui apanhada de surpresa.
A leitura rápida de uma mensagem acabada de chegar,
deixou-me parada, à porta de casa.
Procurei um número, ouvir a voz amiga que queria
consolar e abraçar. E falámos nesta distância contida
em que vivemos.
Repetimos memórias, jantares partilhados, sorrisos e abraços.
Era especial, a minha amiga. Mas os amigos são isso mesmo, pessoas
especiais na nossa vida. Tinha sempre uma palavra alegre, uma presença
fiel a cada encontro marcado, a cada convite lançado.
Foi então percebi que não podia estar presente neste ultimo encontro.
Não podia estar ali, ao seu lado, perto dos seus. Não podia…
Meu Jesus, quando voltarmos a andar nas ruas, quando o mar ficar do azul transparente
do céu, quando nos pudermos abraçar porque felizes na alegria e consolados na dor,
quando tudo voltar a ser como foi, ajuda-nos a celebrar a vida da Celeste!
Mesmo que voltem as lágrimas e que a dor renasça, consola-nos a Fé,
consola-nos o céu, que chorou as nossas lágrimas, e onde a minha amiga
já conhece o encontro prometido.
Isabel Figueiredo