Covid-19 nas Irmãs do Cottolengo. Primeiro caso determinou quarentena imediata
29-06-2020 - 17:52
 • Liliana Monteiro

Há, nesta altura, seis utentes positivas à covid-19.

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Foi na passada quinta-feira à noite que uma freira da Casa da Divina Providência, das Irmãs do Cottolengo do Padre Alegre, na Freguesia de Santa Clara, em Lisboa, detetou os primeiros sintomas.

O contacto com as autoridades de saúde foi imediato, assim como o isolamento da irmã mais nova da casa, mesmo antes de ser conhecido o resultado dos testes. Linha de Saúde 24, Unidade de Saúde Familiar Dona Amélia e Delegado de Saúde colocaram de imediato todos os procedimentos em prática.

“Foi tudo muito inesperado e a atuação muito rápida”, conta à Renascença a irmã Irene, uma das três freiras que tomam conta de doentes do sexo feminino com graves insuficiências económicas, problemas mentais e outras debilidades.

“A irmã que apresentou sintomas ligeiros foi automaticamente isolada. Suspendemos a prestação de serviços das funcionárias que vinham do exterior. Há muito que não havia visitas. No sábado, todos na instituição foram testados e os resultados chegaram no domingo de madrugada”, explica a irmã.

A Casa da Divina Providência está em quarentena. De imediato as utentes foram separadas por grupos: as suspeitas, as infetadas e as saudáveis.

“As meninas [utentes] que testaram positivo são seis e de todas as idades. Há umas jovens e outras adultas de risco”, revela a irmã Irene, que sublinha que a grande maioria está assintomática e apenas duas revelam sintomas – mas estão estáveis sem que o quadro clínico seja grave.

São três as irmãs que ficaram fechadas com as utentes nesta casa. “Estamos mais sozinhas, mas as autoridades estão a contactar-nos a toda a hora. Também nos disseram já que podíamos pedir ajuda para prestação de cuidados se necessário. Mas não estamos sozinhas porque temos a Divina Providência, confiamos, estamos a fazer tudo e Deus está connosco.”

A irmã Irene lamenta que ainda não tenham conseguido informar todos os familiares das utentes que testaram positivo, mas sublinha que “foi tudo muito repentino e a nossa prioridade são as meninas, somos poucas e estamos a cuidar sozinhas delas”.

Até os casos surgirem, a Casa das Irmãs do Cottolengo, em Santa Clara, Lisboa, estava a funcionar com muitas precauções, “mas infelizmente o vírus chegou aqui”. A Irmã Irene explica que as funcionárias que vinham do exterior tiravam os sapatos à entrada e faziam desinfeção, era medida a temperatura e mudavam de roupa, e todos usam máscara. A porta abria apenas quando tinham de sair para ir ao médico ou para receber donativos e bens de ajuda à Instituição.