Os reitores portugueses dizem que a economia nacional saía a ganhar se houvesse mais doutorados nas empresas.
Com esse objetivo, pedem ao Governo que crie incentivos – sejam benefícios fiscais ou fundos europeus – para quem contrate doutorados.
António Fontaínhas Fernandes, presidente do Conselho de Reitores, defende também mudanças ao nível da formação, sugerindo “aumentar a dinâmica de interação entre os centros de investigação, as universidades e as empresas.”
“Esse formato poderá ser um dos meios a apoiar e que permitirá a inserção de doutorados em empresas, mas também que os futuros doutores se formem já em contexto mais ligado a organizações, à sociedade e às próprias empresas, além de uma melhor utilização de fundos comunitários.”
Segundo o presidente do Conselho de Reitores, Portugal está muito longe da média europeia no que diz respeito à integração de doutorados nas empresas.
“Consideramos que, tendo Portugal um número elevado de doutorados, era importante que não ficassem apenas nas academias – este não é um problema dos centros de investigação e das universidades – e que possam ser um fator determinante para o aumento da produtividade da economia portuguesa.”
“Basta reparar que enquanto na generalidade dos países europeus 35% dos doutorados trabalham em empresas, em Portugal este número é de apenas 3%, portanto é imprescindível criar condições para a mobilidade dos doutorados”, diz.
Estas são questões que vão estar em debate na III sessão da Convenção do Ensino Superior 2020-2030, na terça-feira, na Reitoria da Universidade do Porto.