CIP diz que há urgência em celebrar acordo de competitividade e rendimentos
11-04-2022 - 20:23
 • Lusa

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, considerou hoje ser urgente celebrar um acordo de competitividade e rendimentos, acreditando ser possível que tal possa acontecer até junho

"Há urgência, na minha perspetiva, de celebrar esse acordo”, disse António Saraiva em Lisboa, no final de uma reunião da Concertação Social na qual o ministro das Finanças, Fernando Medina, apresentou aos parceiros sociais as linhas gerais o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), que o Governo entrega na Assembleia da República na próxima quarta-feira.

O presidente da CIP disse ainda acreditar que tal possa acontecer até junho, lembrando que o caminho já feito “minora o tempo” que seria necessário “gastar se fossemos agora iniciar um texto que parte do zero”, numa alusão às discussões ocorridas na anterior legislatura no seio da Concertação Social para se chegar a um acordo de médio prazo sobre competitividade e rendimentos.

No seu programa, o XXIII Governo Constitucional compromete-se a promover “as negociações necessárias em sede de Concertação Social para um Acordo de Médio Prazo (2022/2026) de melhoria dos rendimentos, dos salários e da competitividade”.

Esse acordo, preconiza ainda o Governo, deverá prever “a redução progressiva das taxas de IRS para todos os que venham a beneficiar dos aumentos de rendimento” no quadro deste acordo em sede de Concertação, “a fim de assegurar a neutralidade orçamental da melhoria do rendimento dos portugueses”.

Em simultâneo e também no quadro deste acordo, prevê o programa do Governo, serão “propostos ajustamentos à estrutura do IRC que favoreçam as boas práticas salariais das empresas, em termos de valorização dos rendimentos e de redução das disparidades salariais”.

Questionado sobre a resposta à perda de poder de compra dos trabalhadores resultante da subida da inflação, António Saraiva reiterou o que tinha dito à entrada para a reunião, salientando ser “utópico” pensar que as empresas ou mesmo o Estado podem acompanhar [com aumentos salariais] esta subida dos preços.