Operação "Fátima em casa". GNR atenta aos acesso, 3.500 militares tentam dissuadir peregrinos
09-05-2020 - 11:03
 • Marta Grosso com redação

Para já, “está tudo muito tranquilo”, diz à Renascença o coronel Vítor Rodrigues, recordando que “os parques de estacionamento estão fechados”. Operação da GNR abrange todo o país.

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A GNR já está a controlar os acessos a Fátima para assegurar que os peregrinos não entram no recinto de oração. Isto, porque este ano, por causa da pandemia de Covid-19, as celebrações de 12 e 13 de Maio vão decorrer sem a presença de fiéis.

“O nosso objetivo primeiro é criar esse anel que nos permita controlar nomeadamente todas as viaturas que acedam à cidade de Fátima, para que as possamos controlar e ter uma ideia sobre a razão da deslocação”, começa por explicar o coronel Vítor Rodrigues.

“Se a razão foi efetivamente a ida ao Santuário, naturalmente que vamos convencer as pessoas e demovê-las a fazê-lo, até porque todos os parques de estacionamento estão fechados”, sublinha.

Em declarações à Renascença, este responsável pelas operações da GNR diz que, para já, a missão dos mais de 1.200 militares é de sensibilização. Mas a operação "Fátima em Casa" vai contar com um dispositivo alargado, pois até 13 de maio vão estar na estrada 3.500 guardas.

“É um dispositivo que, obviamente, não está só destinado a esta missão e a esta operação, mas tem outras funções”, adianta, dizendo que os militares têm como missão controlar a circulação.

“Obviamente que o nosso empenho para a situação de Fátima é um empenho nacional, de Norte e Sul, porque a tradição do 13 de Maio de Fátima comporta sempre movimentos de todos os lados, de todos os locais do país e não só. Temos, portanto, um empenho nacional naquilo que é a monitorização de situações que possam vir a confluir para Fátima”, explica ainda.

Para já, adianta o coronel, “está tudo muito tranquilo”.

Na sexta-feira, o ministro da Administração Interna avisou que “as forças de segurança tomarão as medidas necessárias” para impedir a participação de peregrinos nas celebrações em Fátima.

“Peregrinações a pé a caminho de Fátima não são adequadas ao momento que vivemos”, afirmou ainda Eduardo Cabrita, desaconselhando todas as deslocações ao Santuário de Fátima por causa da pandemia de Covid-19.

O Governo publicou entretanto um despacho que estabelece a ausência física de peregrinos no Santuário.

“Entendendo como relevante para a comunidade católica portuguesa a celebração das aparições de Fátima, no dia 13 de Maio, e atendendo a que, mediante o cumprimento dos termos fixados no presente despacho, a saúde pública é adequadamente garantida, considera-se justificada e proporcional a realização da referida celebração, a qual, nos termos já oportunamente comunicados pela diocese de Leiria-Fátima, não contará este ano com a presença física de peregrinos no recinto do santuário”, lê-se no documento.

O reitor do Santuário de Fátima acolheu bem o despacho, considerando que é “uma questão de defesa das partes”.