A petição "Salvem os viticultores do Douro" contabiliza mais de 700 assinaturas e quer alertar para o "momento alarmante" vivido na região pelos cortes na produção de vinho do Porto, falta de escoamento da uva e importação de vinho.
A petição foi lançada no domingo por viticultores durienses que têm como objetivo a recolha de "pelo menos 2.500 assinaturas" para o documento ser levado à discussão na Assembleia da República.
O abaixo-assinado contava às 09h00 desta quinta-feira com 717 assinaturas online.
"Mais as que estão a ser recolhidas presencialmente. Muitos viticultores são pessoas já com alguma idade, não têm acesso à Internet, e, por isso, estamos também a recolher assinaturas presenciais", disse à agência Lusa Marinete Alves, que é produtora de uvas, no Peso da Régua, distrito de Vila Real, e uma das promotoras da iniciativa.
A viticultora relata dificuldades, comuns a muitos outros produtores, no escoamento da uva.
"A entidade para onde eu entrego as minhas uvas não as quer na totalidade, tenho grande parte da minha produção sem escoamento e há a probabilidade de as uvas ficarem na vinha", afirma.
Segundo Marinete Alves, o operador só está a aceitar as uvas correspondentes ao benefício, ou seja, a quantidade de mosto que cada produtor pode destinar à produção de vinho do Porto.
Uma dificuldade que já foi sentida na vindima do ano passado e que atinge muitos dos que são exclusivamente produtores de uvas.
No documento da petição são apontadas as causas deste "momento alarmante" que se vive na região demarcada, designadamente a diminuição sucessiva da atribuição de benefício, 26.000 pipas (550 litros cada) em dois anos, bem como a diminuição da produção por hectare, os baixos preços pagos pelas uvas e uma incapacidade de receção de uvas por parte de empresas.
A petição foi lançada no domingo por viticultores durienses que têm como objetivo a recolha de "pelo menos 2.500 assinaturas" para o documento ser levado à discussão na Assembleia da República.
Este valor deveria ser definido em reunião com o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), comércio e produção.
Pede-se ainda que o IVDP seja dispensado de autorização prévia para contrair despesas com as verbas destinadas à promoção e internacionalização pagas pelos produtores durienses, devendo a mesma ser feita pela região e não pela ViniPortugal.
"Com estas alterações existirá um reforço da organização da produção em representação dos viticultores durienses para que exista equilíbrio entre os diversos setores presentes no conselho interprofissional do IVDP", conclui.