Centeno avisa professores: “O OE é para todos os portugueses"
23-07-2018 - 06:41

"O OE é um exercício complexo e para todos os portugueses" e não pode "um assunto específico” colocar em causa a"sustentabilidade" das contas públicas, diz o ministro das Finanças.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, avisa que “não é possível pôr em causa a sustentabilidade de algo que afecta todos, só por causa de um assunto específico”: a recuperação do tempo de serviço dos professores.

"O Orçamento do Estado é um exercício complexo e para todos os portugueses", diz o ministro das Finanças. "Há sempre muita ambição e quando a ambição vai além das nossas capacidades, muitas vezes falhamos", reforça

O aviso de Centeno é deixado numa entrevista ao diário "Público", a poucos meses meses da apresentação do último orçamento da legislatura. Questionado sobre se a solução para a questão da recuperação do tempo de serviço dos professores vai marcar as negociações do Orçamento do Estado (OE) para 2019 e se a solução a encontrar é a "chave" para que seja aprovado, o ministro das Finanças responde que a pergunta não lhe deve ser colocada. "Esse é um tema novo, que não consta do programa do Governo nem do quadro orçamental que definimos para esta legislatura, é um tema complexo e é um tema difícil pela sua dimensão orçamental", declara.

Na entrevista, Centeno aponta às sondagens para dizer que vê é um país que valoriza a sustentabilidade das contas públicas e lembra que, só com os compromissos que já estão assumidos pelo Governo, as despesas com pessoal deverão crescer 3% no próximo ano.

"Ninguém duvide de que tentarei, na medida das minhas capacidades, traduzir neste exercício aquilo que é o possível, no contexto dos princípios financeiros e económicos que me têm guiado desde que sou ministro das Finanças. Os países são mais fortes quanto mais capital social têm e o capital social é a capacidade de os representantes dos cidadãos traduzirem a vontade desses cidadãos", sublinha o ministro.
"Não há nada pior para a estabilidade política do que ter políticos que, de repente, se tornam impacientes", diz ainda Mário Centeno.