A Doyen quer penhorar os bens do Sporting, como garantia de pagamento da dívida relativa à transferência de Marcos Rojo para o Manchester United. É a segunda investida do fundo de investimento, depois de já ter penhorado as receitas que o clube obtiver das provas da UEFA.
A Renascença teve acesso à resposta dos serviços jurídicos do Sporting, que deu entrada no Tribunal da Relação de Lisboa e a SAD leonina pretende evitar nova acção judicial, justificando que já existe a penhora acima referida dos prémios das competições europeias.
Os leões acrescentam que esse pedido, feito às autoridades suíças a 8 de Janeiro, foi deferido sem audiência prévia ao Sporting, pelo que está em vigor desde o dia 12, reconhecendo, assim, a existência da penhora.
As almofadas de Bruno de Carvalho e da Doyen
Bruno de Carvalho desmentiu, na assembleia geral, a existência de uma penhora da UEFA, mas reforçou que o Sporting tinha uma "dupla almofada" para saldar a dívida à Doyen, de 14 milhões de euros, acrescida de juros. O dirigente explicou que, por um lado, o valor "está aprovisionado nas contas". Por outro, há as receitas da UEFA.
A Doyen, entretanto, aproveitou, através de comunicado assinado pelo director-executivo Nélio Lucas, para felicitar o Sporting, em especial treinadores e jogadores, pela qualificação para a próxima edição da Liga dos Campeões.
Na mensagem, há a referência irónica à “almofada de conforto” que o grupo de investimento passou a ter depois de garantida a entrada directa dos leões na principal prova de clubes da UEFA.
O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) condenou o Sporting ao pagamento de 14 milhões de euros, acrescidos de juros, à Doyen, pela transferência de Marcos Rojo para o Manchester United. Os leões entenderam que não deviam pagar a percentagem da mais-valia conseguida com o negócio à empresa que participou na aquisição do jogador ao Spartak de Moscovo.
O caso continua a ser julgado, uma vez que Sporting recorreu da decisão do TAS para o Tribunal Federal da Suíça.