O Papa Francisco disse, esta quarta-feira, que os católicos devem rejeitar práticas de cartomancia e adivinhação do futuro, confiando na providência de Deus e rejeitando qualquer “idolatria”.
“Eu pergunto-vos: quantos de vós foram pedir que vos lançassem as cartas, para ver o futuro. Quantos de vós, por exemplo, se deixaram ler as mãos para adivinhar o futuro, em vez de rezar ao Senhor? Esta é a diferença. O Senhor é vivo, os outros são ídolos, idolatrias que não servem”, questionou Francisco, perante milhares de peregrinos e visitantes reunidos no auditório Paulo VI, para a audiência geral desta quarta-feira.
A primeira audiência pública semanal após a pausa de verão, no mês de julho, deixou alertas contra os vários “ídolos” que a humanidade constrói para si, como a “carreira”, o sucesso, a droga, a beleza ou o dinheiro.
Francisco sustentou que “o amor é incompatível com a idolatria”, porque perante os ídolos “sacrifica-se tudo”.
“Se algo se torna absoluto e intocável, então é mais importante do que um cônjuge, de um filho, ou de uma amizade. O apego a um objeto ou a uma ideia deixa-nos cegos para o amor e para amar verdadeiramente é preciso estar livre de todos os ídolos”, advertiu.
O Papa deu como exemplo os desempregados que se encontram nesta situação porque o seu patrão os despediu “para ganhar mais dinheiro”, em nome do “lucro”.
A fama exige a imolação de si mesmos, da própria inocência e da autenticidade. Os ídolos pedem sangue. O dinheiro rouba a vida e o prazer leva à solidão. As estruturas económicas sacrificam vidas humanas por lucros maiores”.
A intervenção apresentou uma imagem de “Deus verdadeiro” que “não tira vida, mas a dá.
“ídolos projetam hipóteses futuras e fazem desprezar o presente; o Deus verdadeiro ensina a viver na realidade de cada dia, concreto, não com ilusões sobre o futuro”, precisou o pontífice.
Já nas saudações em várias línguas, Francisco referiu-se ao tempo de férias que muitos se encontram a gozar, pedindo que sejam uma ocasião para o descanso físico e psicológico, bem como para “revigorar a vida espiritual e reforçar os laços com Deus e com os homens”.
“Que este seja um tempo de paz, de alegria e de contemplação da beleza da criação e da arte, que testemunha a bondade de Deus por nós”, acrescentou.
Entre os 7 mil participantes no encontro, realizado à porta fechada devido ao calor sentido em Roma, estava um grupo de acólitos portugueses guiados pelo bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro.
O Papa saudou todos, encorajando-os a “apostar em ideais grandes de serviço, que engrandecem o coração e tornam fecundos” os talentos.
“Confiai em Deus, como a Virgem Maria”, concluiu.