PCP demarca-se da nomeação de Rui Pinto a prémio europeu para denunciantes
31-03-2019 - 19:50
 • Marina Pimentel

Comunistas dizem que não participaram na iniciativa do grupo das esquerdas unidas no Parlamento Europeu, que nomeou o hacker português,

O PCP demarca-se da iniciativa do seu grupo político no Parlamento Europeu de premiar denunciantes. Entre os nomeados para o prémio está o hacker português Rui Pinto, atualmente detido preventivamente nos calabouços da Polícia Judiciária, em Lisboa.

Em esclarecimento que enviou à Renascença, o cabeça de lista do PCP ao Parlamento Europeu, João Ferreira, sublinha que “o PCP não participou, nem foi envolvido de nenhuma forma, na decisão de escolha dos nomeados”.

Esta é a segunda edição do prémio “Jornalistas, denunciantes e defensores do direito à informação” atribuído pela Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde, o quinto grupo político mais numeroso do parlamento Europeu e do qual fazem parte o PCP e o BE.

João Ferreira explica que” o prémio tem um júri próprio, responsável pelas nomeações e escolha dos candidatos vencedores. Os deputados do PCP no PE não integraram esse júri, nem nesta nem em nenhuma das anteriores edições do prémio.”

A nota dos comunistas conclui que” os eurodeputados do PCP não acompanharam a decisão de criação do prémio atribuído pelo GUE/NGL, nos moldes em que o mesmo foi constituído.

O prémio, segundo os seus organizadores, é dedicado a indivíduos ou grupos que foram intimidados e/ou perseguidos por descobrir a verdade e denunciá-lo ao público. O prémio deste ano é uma homenagem à jornalista maltesa Daphne Caruna Galiza, que foi assassinada depois de ter revelado um caso de corrupção.

Da lista de nomeados, fazem parte, além de Rui Pinto, Julian Assange, fundador do WikiLeaks, Katya Mateva, que denunciou o esquema de vistos gold do Ministério da Justiça da Bulgária e Yasmine Motarjemi, que revelou as falhas d segurança alimentar na Nestlé.

O vencedor do prémio será anunciado no dia 16, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

Rui Pinto foi extraditado da Hungria para Portugal para responder às autoridades portuguesas por crimes de violação de segredo, ofensa a pessoa coletiva, extorsão na forma tentada e acesso ilegítimo.