Porto. Catarina Martins espera que Rui Moreira passe a ter oposição a partir de domingo
24-09-2021 - 20:49
 • Lusa


A coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou esta sexta-feira que o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, “tem tido a vida muito fácil” por falta de ação dos outros partidos e garantiu que um vereador bloquista será "essa oposição fundamental”.

Como é muitas vezes costume nas campanhas do BE, a volta pelo país termina no Porto e ao final da tarde decorreu a habitual arruada na Rua de Santa Catarina, que esta sexta-feira obrigou a caravana de Rui Moreira e o próprio presidente recandidato a encostar para deixar os bloquistas passar primeiro.

“Rui Moreira tem tido a vida muito fácil na Câmara do Porto porque de todos os partidos representados no executivo da câmara, nenhum lhe fez oposição. Teve uma vida fácil, teve os orçamentos aprovados sem ter que responder verdadeiramente à vida das pessoas”, criticou, no final da arruada, em declarações aos jornalistas.

Depois de no comício que decorreu no sábado no Porto ter traçado a meta de eleger o primeiro vereador para a autarquia portuense, Catarina Martins disse, esta sexta-feira esperar que “Rui Moreira comece a ter oposição na Câmara do Porto” depois das eleições de domingo.

“Aí como tem feito falta e o Bloco de Esquerda vai ser essa oposição fundamental”, antecipou.

Sobre o balanço da campanha que agora termina, a coordenadora do BE afirmou que o partido fez “campanha pelo que interessa”, com a habitação, os transportes e o clima no centro.

“As autarquias têm de cuidar das suas comunidades. O poder local se não é para cuidar não serve para nada”, enfatizou.

Catarina Martins aproveitou o momento para reforçar uma ideia que tem defendido nas últimas semanas.

“Nestas eleições, eu tenho essa esperança e essa determinação que o Bloco de Esquerda possa fazer a diferença em tantos concelhos. Estamos à beira de eleger pela primeira vez em tantos concelhos e faço este apelo: no domingo vale a pena ir votar no Bloco de Esquerda”, apelou.

Confessando-se “contente com esta campanha em que o Bloco esteve na rua do primeiro ao último dia e esteve na rua do Norte a sul do país, no interior, no litoral”, a líder bloquista disse que “este é um momento tão importante para ter mudança nas autarquias”.

“Eu atrevo-me até a dizer, com tudo o que tenho ouvido na rua, que mesmo quem concorda com tudo o que diz o Bloco sabe que precisa da exigência do Bloco, da transparência do Bloco nas autarquias e é para esta conversa franca que são as campanhas, para este programa que aqui estamos e tem sido uma campanha extraordinária”, enfatizou.

Segundo o candidato independente à presidência da Câmara do Porto, perante a coincidência das arruadas das duas candidaturas, embora com pontos de partida distintos, o Bloco apresentou uma queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE), cuja decisão obrigava Moreira a mudar a arruada de sítio ou de hora, “sob pena de cometer o crime de desobediência”.

Rui Moreira optou por atrasar a partida e deixar o Bloco passar “tranquilamente”, fazendo um compasso de espera de meia hora junto ao centro comercial Via Catarina, onde as duas comitivas, uma em andamento e outra parada, acabariam por se cruzar.