Renascença Europeia proposta por Macron
07-03-2019 - 14:38

A actualidade da semana comunitária fica marcada pela Renascença Europeia. É esse o nome da carta de Emmanuel Macron aos Europeus publicada no início da semana com propostas várias. Falamos, ainda, dos mais recentes episódios do Brexit.

Macron propôs mudanças aos europeus. Tudo através de uma carta baseada em 3 eixos: defender a liberdade, proteger o continente europeu e redescobrir o espírito de progresso. Tudo isto a 3 meses das eleições europeias. Basicamente, Emmanuel Macron lançou a sua campanha para as eleições, contra os nacionalismos e em defesa da União. O Presidente francês diz que “nunca a Europa esteve em situação tão perigosa”. É necessário, diz, um renascimento da União Europeia. Macron propõe, para isso, uma série de medidas, projectos e novos organismos para reforçar as políticas da União Europeia e que foram bem acolhidos em Bruxelas.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, declarou apoio total às propostas. Também a Comissão, pelo porta-voz do presidente Juncker, saudou o contributo de Macron. “A Comissão e o seu presidente saúdam o contributo importante do presidente Macron para o debate europeu, assim como o seu compromisso firme para identificar e responder aos desafios europeus. Lembramos que vários elementos apresentados pelo presidente Macron correspondem a estruturas já existentes, ou que esta Comissão já propôs, ou que está a implementar”, afirmou Margaritis Schinas.

O líder francês avançou algumas propostas que a Comissão já tem em andamento, como o reforço de uma força comum de guarda-fronteiras. Macron fala mesmo numa polícia de fronteiras comum sob autoridade de um Conselho Europeu de segurança interna.

Pretende também repensar a organização do Espaço Schengen: só podem participar os países que controlam as fronteiras, mas que também são solidários e acolhem migrantes. Algo que vários países de leste recusam actualmente.

Emmanuel Macron propõe a criação de uma Agência Europeia de proteção das democracias para, por exemplo, blindar a Europa contra ciberataques e manipulações eleitorais.

Em cima da mesa, pôs também um novo tratado de defesa e de segurança que redefina as obrigações europeias indispensáveis nesta matéria.

O presidente francês pretende ainda criar um Banco Europeu do Clima para financiar a transição ecológica e uma força europeia para reforçar o controlo dos alimentos. E considera necessário aumentar a supervisão europeia das grandes plataformas digitais.

Orban recua

O Governo húngaro garante que os cartazes anti-Bruxelas serão retirados na próxima semana. É o mais recente desenvolvimento da campanha lançada pelo executivo da Hungria em meados de Fevereiro, em que acusa a Comissão Europeia de querer destruir a Europa com migração em massa. Trata-se de uma “conspiração ridícula”, diz Bruxelas, que acusa o Governo de Viktor Orban de distorcer a verdade, com uma campanha de desinformação sobre as migrações, tudo no âmbito da corrida eleitoral para as Europeias.

O chefe de gabinete de Orban, citado pela Reuters, diz agora que os polémicos cartazes serão substituídos pelos planos do Governo para aumentar a taxa de natalidade, mas só na próxima semana. “Este é mais um caso de ‘fake news’”, diz Bruxelas que, num comunicado publicado no final de Fevereiro intitulado “os factos importam”, desmontava ponto por ponto a campanha húngara.

Começa por sublinhar que não existem quotas, os Estados-membros recebem migrantes de fora do espaço comunitário a título voluntário. É também uma decisão de cada país se autorizam a legalização de migrantes qualificados.

Sobre as fonteiras, a Comissão esclarece que o objectivo é protege-las, não enfraquecê-las. E não existem planos para atribuir vistos humanitários a migrantes.

Em matéria de financiamento, Bruxelas assegura que não trabalha com organizações que facilitam a imigração ilegal, nem incentiva a migração, apenas presta assistência aos refugiados que já estão na Grécia e a posição de cada país sobre a migração não tem qualquer peso na atribuição dos fundos aos Estados-membros.

As Portuguesas na Europa

Na véspera do Dia Internacional da Mulher, olhamos para os números mais recentes do Eurostat, que mostram que Portugal estava, em 2017, em linha com a União Europeia apresentando 36% de mulheres em cargos de gestão, contra 64% de homens, mas com a quarta menor taxa (10%) em cargos executivos em 2018.

No boletim agora divulgado, a Letónia era, em 2017, o único Estado-membro com mais de metade (56%) de mulheres a ocuparem cargos de gestão, seguindo-se a Bulgária e a Estónia (49% cada), a Polónia e a Eslovénia (47% cada), a Hungria (43%), a Lituânia e a Suécia (42% cada), a Irlanda (41%) e a Eslováquia (40%).

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus