Papa falha retiro de Quaresma por causa de constipação
01-03-2020 - 11:24
 • Filipe d'Avillez

Retiro começa esta noite e era suposto contar com Francisco, que afinal seguirá as meditações à distância.

A constipação de que sofre o Papa Francisco há três dias vai impedi-lo de participar nos exercícios espirituais da Quaresma, com o resto da cúria romana.

Ao longo dos últimos dias Francisco cancelou a maioria dos compromissos que tinha na sua agenda, mas este domingo voltou a aparecer em público, para a oração do Ângelus.

Com voz firme, sorridente e sem qualquer apoio, o Papa parecia estar completamente recuperado, mas duas vezes teve de interromper a sua reflexão para tossir.

Foi só no final da sua intervenção, antes de se despedir da pequena multidão que enfrentou o vento forte e mau tempo para poder vê-lo, que Francisco avisou que não vai estar neste retiro.

“Peço-vos que recordem, nas vossas orações, a Cúria Romana que vai começar esta noite os seus exercícios espirituais”, pediu o Papa.

“Infelizmente a constipação impede-me de participar este ano, seguirei as meditações daqui. Uno-me espiritualmente à Cúria e a todas as pessoas que estão a viver momentos de oração, fazendo exercícios espirituais em casa.”

Esta é a primeira vez que o Papa falha o retiro de Quaresma desde que começou o seu pontificado.

Contra o “excitamento da transgressão”

Durante a reflexão sobre o Evangelho deste primeiro domingo de Quaresma, sobre as tentações de Jesus no deserto, o Papa criticou o “excitamento da transgressão”, que não passa de uma ilusão.

“Também hoje Satanás irrompe na vida das pessoas para as tentar com as suas propostas tentadoras; misturando a sua voz com as outras que procuram domesticar a consciência”, disse Francisco.

“De tantos lados chegam mensagens que convidam a ‘deixar-se tentar’ e experimentar o excitamento da transgressão. A experiência de Jesus ensina-nos que a tentação é a tentativa de percorrer caminhos alternativos aos de Deus, caminhos que dão a sensação da autossuficiência, do gozo da vida como um fim em si mesmo. Mas isto é uma ilusão. Rapidamente compreendemos que quanto mais nos afastamos de Deus, mais indefesos nos sentimos face aos problemas da existência”, concluiu o Papa.


[Notícia atualizada às 14h29]