Papa pede que não haja sentenças de prisão sem "uma janela de esperança"
19-01-2022 - 10:40
 • Ângela Roque

Na audiência geral desta quarta-feira no Vaticano, Francisco ​lamentou ainda destruição nas ilhas de Tonga atingidas por um tsunami.

O Papa lamentou esta quarta-feira de manhã a destruição causada pela erupção de um vulcão submarino nas ilhas de Tonga, que deu origem a um tsunami na região.

“O meu pensamento vai para as populações atingidas nos últimos dias pela erupção do vulcão submarino, que provocou elevados danos materiais. Estou espiritualmente próximo de todas as pessoas atingidas, implorando a Deus que alivie o seu sofrimento”, afirmou Francisco no final da audiência pública semanal, no Vaticano.

O vulcão lançou no último sábado uma coluna de vapor e cinzas, que se elevou por 20 km, e desencadeou um tsunami. Há registo de, pelo menos, três mortos vítimas mortais no arquipélago, com danos materiais que se estenderam a vários outros países.

Na catequese semanal desta quarta-feira, que dedicou mais uma vez à figura de São José, o Papa referiu-se à situação particular dos reclusos e à “revolução da ternura”, que deve ser aplicada a quem se encontra privado da liberdade. Falou ainda da importância do perdão, lembrando que Deus não se assusta com os pecados de cada um.

“Vamos colocar isso na nossa cabeça: Deus não se assusta com nossos pecados, é maior do que os nossos pecados. É pai, é amor, é terno. Não se assusta com nossos pecados, erros e quedas, mas assusta-se com o fechamento do nosso coração - isto sim, O faz sofrer -, e com a nossa falta de fé no seu amor”, disse o Papa, sublinhando que “todos nós temos contas para resolver, mas fazer as contas com Deus é algo belíssimo, porque nós começamos a falar e Ele nos abraça. É a ternura de Deus”, disse.

Para o Papa, esta “revolução da ternura” é fundamental para se ter uma nova forma de entender e aplicar a justiça, que deve dar esperança a quem é punido, com vista à sua reintegração na sociedade.

“Sem esta ‘revolução da ternura’, corremos o risco de permanecer prisioneiros numa justiça que não permite erguer-se facilmente e que confunde a redenção com castigo”, disse Francisco, acrescentando: “é justo que quem errou pague pelo próprio erro, mas é ainda mais justo que quem errou possa redimir-se do próprio erro. Não podem existir condenações sem 'janelas' de esperança”, que permitam “um caminho para uma vida melhor”.