No Dia Universal dos Direitos das Crianças, que se assinala estas egunda-feira, ficámos a saber que Portugal é o segundo país mais envelhecido da Europa.
Que números são estes?
São dados do Instituto Nacional de Estatística, que foram compilados pela Pordata, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, e que mostram que perdemos mais de um milhão de crianças e jovens nos últimos 50 anos.
Em 2022 viviam em Portugal 1,3 milhões de crianças e jovens até aos 15 anos, o que equivale a menos de 13% do total da população.
Quando até ao início da década de 1980, o numero de crianças e jovens era praticamente o dobro e perfazia pelo menos um quarto da população.
Isto faz com que Portugal seja o segundo país da União Europeia com menor proporção de crianças e jovens na sua população, só atrás de Itália.
A Irlanda é o país mais jovem: 1/5 da população irlandesa tem menos de 15 anos.
E as perspetivas para o futuro, são mais animadoras?
Nem por isso, porque de acordo com as projeções do INE, a tendência é que a população jovem em Portugal diminua dos 1,3 milhões que tínhamos em 2022 para 1,1 milhões em 2050 e apenas 1 milhão até 2080.
A principal razão para esta queda é a quebra da natalidade. As mulheres em Portugal têm cada vez menos filhos e cada vez mais tarde.
Então mas temos mais estrangeiros a viver em Portugal. Não ajudam a inverter esta tendência?
Ajudam, se não fossem eles a situação seria ainda pior.
Mais de 65 mil crianças e jovens em Portugal têm nacionalidade estrangeira.
São cerca de 5% do total da população com menos de 15 anos, sendo que 18% dessas crianças já nasceram cá, no nosso país.
E quais é que são as principais nacionalidades?
Em primeiro lugar estão os brasileiros. Quase metade das crianças estrangeiras que vivem em Portugal têm origens no Brasil.
Em segundo lugar, a larga distância, aparece a nacionalidade angolana, que representa 8%.
E depois a chinesa com 4% dos jovens e crianças com origem estrangeira.
Já quanto às cerca de 12 mil que já nasceram em Portugal a proporção é ligeiramente diferente: a maioria tem origem brasileira, mas depois - por esta ordem - vêm os chineses, angolanos, cabo-verdianos e ucranianos.
E sabemos como é que vivem as nossas crianças?
Sim, e há boas e más notícias, um em cada cinco crianças e jovens são pobres.
E o impacto dessa pobreza reflete-se na saúde, 6,6% dessas famílias admitem que as suas crianças não conseguems sequer aceder a cuidados médicos..
Pela positiva, Portugal é o país da União Europeia com maior proporção de crianças no ensino pré-escolar: quase 9 em cada 10 crianças entre os 3 os 6 anos frequentam este tipo de ensino.
Para os mais pequenos há menos respostas: menos de metade dos bebés, até aos 3 anos, tem lugar em creches, ainda assim, este valor é bastante superior à média da União Europeia.