Dos 9374 doentes oncológicos à espera de cirurgia para além do tempo máximo de resposta garantido, só 521 ainda não foram operados ou não têm cirurgia marcada.
A garantia foi deixada esta quinta-feira, no Parlamento, pelo coordenador do plano de emergência para a saúde.
Segundo Eurico Castro Alves, em pouco mais de dois meses o OncoStop, o programa que o Governo tem em curso para regularizar a lista de espera para cirurgias oncológicas, já conseguiu resolver o problema de mais de 70% dos utentes. E, segundo sublinhou, “só 2,1% foram operados no setor privado e social” , todos os outros tiveram resposta no SNS.
Ouvido na Comissão parlamentar de saúde, Eurico Castro Alves admitiu que a discrepância conhecidas nas últimas semanas nos números de doentes a aguardar cirurgia resultou de um erro de comunicação
Em junho, o Executivo tinha dito que havia, no final do mês anterior, 9.374 doentes oncológicos em lista de espera para cirurgia fora do Tempo Máximo de Resposta Garantido, mas a Direção Executiva do SNS garantiu que nessa altura eram não eram mais de 2.700 doentes.
“No dia 30 de maio eram 2600, mas nós estávamos a olhar para todos os doentes que até ao dia 31 de agosto - o período de duração do programa especial de cirurgia - iriam ultrapassar o tempo máximo de resposta. E assim são 9374. Neste momento temos 521 por marcar, mas o objetivo é que no dia 31 de Agosto termos os doentes todos ou operados ou com a sua cirurgia agendada”, alegou o coordenador do OncoStop.
"Ninguém gere a lista"
Eurico Castro Alves insistiu que os administradores hospitalares têm de ser responsáveis e responsabilizados pela gestão das listas de espera dos seus hospitais mas não explicou como. O médico garantiu que contactou os vários hospitais e encontrou casos de doentes oncológicos com prioridade máxima que estavam à espera de cirurgia há mais de um ano.
Encontrei doentes com prioridade 4 (que têm de ser operados em 2/3 semanas) com mais de um ano de espera, Eurico Castro Alves
“Os administradores hospitalares têm obrigação de ir aos blocos operatórios e ver porque é que as prioridades não são respeitadas”, insistiu. “Eu encontrei doentes com prioridade 4 (que têm de ser operados em 2/3 semanas) com mais de um ano de espera e perguntámos aos hospitais o que estava a acontecer. Pura e simplesmente estavam esquecidos. Ninguém gere a lista”.
O coordenador do plano de emergência para o SNS garantiu, ainda, que pediu ao Governo para legislar de forma que nenhum doente com patologia oncológica seja ultrapassado por um doente com patologia benigna.