Monjas de Belém convidam jovens para "trabalho e oração" no mosteiro do Couço
03-08-2022 - 14:34
 • Rosário Silva

Entre 30 de agosto e 3 de setembro, os jovens vão poder participar nas tarefas diárias destas irmãs de clausura, num ambiente de silêncio circundado pela natureza.

As monjas de Belém do Couço, em Coruche, arquidiocese de Évora, abrem as portas do seu mosteiro a rapazes e raparigas dos 18 aos 30 anos.

O convite é para participarem num campo de trabalho e oração, entre 30 de agosto e 3 de setembro.

“É um tempo de serviço, dedicado a eles próprios, sabendo nós que há mais alegria em dar do que em receber. Por isso, vão poder ajudar-nos em serviços concretos, como limpeza, arrumação, jardinagem, bricolage e também participando nas nossas atividades de artesanato”, explica a irmã Anatália.

Aliada a esta ajuda na manutenção do mosteiro, os jovens vão ter, se assim o desejarem, momentos de partilha e oração, num ambiente todo ele dedicado ao silêncio em plena natureza.

“Aqui podem ter uma experiência de como se pode trabalhar rezando, mas também um tempo em que poderão viver, experimentar um lugar de beleza natural que convida, por exemplo, a uma caminhada, a viver na natureza e em comunhão com ela, numa experiência de silêncio”, adianta a religiosa.

A irmã Anatália lembra que o mosteiro que se instalou na arquidiocese de Évora há mais de uma década, oferece “condições para um tempo de profundidade”, assim como “de comunhão entre os jovens”, que vão ter oportunidade de aprofundar o conhecimento sobre Jesus Cristo, um caminho de fé e de relação com o Senhor”.

Os interessados em participar neste campo de trabalho e oração podem inscrever-se através do telefone 243 659 316 ou do email: amigosmosteiro@gmail.com .

A Família Monástica de Belém, da Assunção da Virgem e de São Bruno, celebra, no dia 15 de agosto, 21 anos da Fundação do Mosteiro de Nossa Senhora Vestida do Sol, em Sesimbra, e da sua chegada a Portugal.

Na arquidiocese de Évora, com o Mosteiro Nossa Senhora do Rosário, no Couço, estão há 14 anos. “Mais de uma década de ação de graças, da presença nesta diocese que nos acolheu de forma muito generosa e muito atenta, na alegria de nos ter como pilar de oração neste lugar que continua a crescer também em termos materiais”, salienta a irmã.

“Quando aqui chegamos não havia nada, era uma simples charneca e, hoje, temos um pequeno oásis que vamos conquistando a pouco e pouco fazendo reviver este espaço”, menciona.

O mosteiro conta, atualmente, com um pequeno refeitório, seis celas construídas e uma capela reconstruída, fruto da adaptação de uma sala.

“Temos algumas irmãs que habitam ainda em contentores que já estão em situação de degradação”, por isso, refere a monja, “gostaríamos que a próxima fase fosse a substituição desses contentores por celas construídas em alvenaria. O projeto está a avançar e gostaríamos de começar a construção das celas até ao fim do ano, princípio de 2023”.

Nada que impeça esta família monástica de estar sempre de portas abertas a quem a queira visitar para participar nos ofícios litúrgicos.

“Nós temos, todos os dias, as matinas às 7h15, a missa às 8h15 e ao fim da tarde, as vésperas, pelas 18h00. Ao domingo, a missa é celebrada às 18h00. São atos em que todos podem participar”, alude.

Para quem queira ir mais além no aprofundamento da fé, o ambiente de “silêncio e paz” que o lugar proporciona, está aberto aos “que procuram uns dias de retiro, com hospedaria onde podem pernoitar e participar na liturgia connosco”, acrescenta, em jeito de convite, a irmã Anatália.

A Família Monástica de Belém, da Assunção da Virgem e de São Bruno tem 29 mosteiros distribuídos por 15 países, entre os quais Portugal. Foi fundada em 1950 e tem cerca de 550 irmãs que vivem uma vocação de silêncio e solidão, mas também de grande cuidado com a beleza da liturgia e do trabalho artesanal que fazem e é vendido para sustento dos mosteiros.