Negrão ainda não recebeu carta prometida pelo primeiro-ministro
27-09-2018 - 13:40

No debate quinzenal, Negrão acusou o primeiro-ministro de “faltar à palavra” sobre a mudança do Infarmed para o Porto. António Costa recusou responder “à questão pessoal” no debate e prometeu enviar-lhe “por escrito a razão porque não aceita lições” do social-democrata sobre a sua palavra.

O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, fez questão, esta quinta-feira, de dizer que ainda não recebeu a justificação escrita que o primeiro-ministro prometeu enviar-lhe na quarta-feira, e reiterou que a tornará pública quando esta chegar.

“Queria dizer que não recebi nenhuma carta do primeiro-ministro hoje, foi a primeira coisa que fiz foi perguntar se já tinha chegado. Ainda não chegou, continuarei a aguardar e perguntarei todos os dias se a carta já chegou ou não”, afirmou Fernando Negrão, em declarações aos jornalistas no final da reunião da bancada do PSD.

Na quarta-feira, no debate quinzenal, Negrão acusou o primeiro-ministro de “faltar à palavra” sobre a mudança do Infarmed para o Porto, com António Costa a recusar responder “à questão pessoal” no debate e a prometer enviar-lhe “por escrito a razão porque não aceita lições” do social-democrata sobre a sua palavra.

Fernando Negrão disse então aguardar “ansiosamente” por essa carta e assegurou: “Se não a divulgar publicamente, eu divulgo com a minha resposta. Chega de insinuações”, afirmou o líder da bancada social-democrata.

Hoje, Fernando Negrão reiterou que “obviamente” divulgará a carta de António Costa, e disse não fazer “a mínima ideia” de qual poderá ser o seu conteúdo.

Questionado se o PSD já decidiu sobre como irá votar a comissão parlamentar de inquérito anunciada pelo CDS-PP sobre o furto de armas em Tancos, Negrão afirmou que este caso foi um dos temas abordados na reunião da bancada, mas remeteu uma resposta para mais tarde.

“Aguardamos que o CDS nos transmita o objeto da comissão parlamentar de inquérito para depois tomarmos uma decisão”, afirmou.

Segundo Negrão, o tema mais debatido na reunião da bancada – que durou pouco mais de uma hora – foi o da saúde.

“A acusação que a esquerda tem por hábito fazer ao PSD de que o PSD quer privatizar o Serviço Nacional de Saúde é uma verdadeira mentira de quem quer prejudicar este tema”, defendeu, salientando que “há muitos atores políticos do PS que vieram do setor privado da saúde”.

Segundo Negrão, para o PSD “o setor público da saúde deve ser preponderante, porque há muitos portugueses que não têm condições de acesso ao setor privado”.