Claudia Sheinbaum tomou posse esta terça-feira como primeira mulher presidente do México, prometendo reforçar os direitos das mulheres e garantir que a segunda maior economia da América Latina vai continuar a ser um destino seguro para o investimento internacional.
Sheinbaum, uma cientista de 62 anos e ex-presidente da Câmara da Cidade do México, prestou juramento e recebeu a faixa presidencial numa cerimónia turbulenta no Congresso mexicano, que marca o início do seu mandato de seis anos.
“É tempo de transformação, é tempo das mulheres”, disse emocionada.
“Sou mãe, avó, cientista e mulher de fé e, a partir de hoje, por vontade do povo mexicano, a presidente”, disse.
Sheinbaum aproveitou ainda o seu primeiro discurso como chefe de Estado para abordar as preocupações dos investidores após a aprovação de uma reforma judicial promovida pelo seu antecessor, Andrés Manuel López Obrador.
A presidente reiterou que o Banco Central vai preservar a sua autonomia e disse aos investidores: “Fiquem descansados que os investimentos dos acionistas nacionais e estrangeiros estarão seguros no nosso país”.
Continuidade com a mudança?
As eleições presidenciais de Novembro nos Estados Unidos, o maior parceiro comercial do México, poderão aumentar a volatilidade do mercado, especialmente se o antigo Presidente Donald Trump, que prometeu aumentar as tarifas sobre os produtos mexicanos, vencer.
O governo de Sheinbaum apresentará o seu primeiro orçamento antes de 15 de Novembro. Este deverá ser escrutinado de forma minuciosa para perceber se a nova chefe de Estado cumprirá os compromissos de reduzir o défice orçamental de 5,9% para 3,5% do Produto Interno Bruto.
López Obrador, cujo mandato de seis anos começou em 2018, conseguiu duplicar o salário mínimo do México, reduzir a pobreza e o desemprego, alargar a base de programas sociais e supervisionar um fortalecimento anterior do peso, a moeda nacional. A divulgação destes sucessos aumentou a sua popularidade e ajudou a conduzir Sheinbaum, sua protegida, a uma vitória esmagadora nas eleições de Junho.
Sheinbaum, no entanto, que prometeu "continuidade com a mudança", herdará o maior défice orçamental desde a década de 1980 e um crescimento económico inferior ao previsto.
Recentemente, o Banco Central reduziu a previsão de crescimento do PIB para este ano para 1,5%, face aos anteriores 2,4%, e baixou a estimativa para 2025 para 1,2%.
No seu discurso, a presidente tentou transmitir a confiança de que alcançará os objetivos. “Governarei para todos e terei a certeza de que colocarei o meu conhecimento, a minha força, a minha história e a minha própria vida ao serviço do povo e do país”.