Agregador de sondagens da Renascença dá vitória ao PS com 37%, 8 pontos acima do PSD
20-12-2021 - 07:00
 • Joana Gonçalves

O partido liderado por Rui Rio sobe na intenção de voto, desde o início de novembro, e supera agora o resultado que alcançou nas últimas legislativas. Já o PS desceu mais de dois pontos percentuais, em mês e meio. O Bloco de Esquerda abandona a posição da terceira força política.


Clique aqui para aceder ao trabalho "Sondagem das sondagens"


Se as eleições fossem hoje, o Partido Socialista venceria com 37%. É o valor estimado pelo modelo estatístico da Renascença que agrega as várias sondagens, publicadas desde as últimas legislativas, e procura filtrar o ruído estatístico para estimar o real valor da opinião pública, ao longo do tempo.

De acordo com este modelo, disponível a partir desta segunda-feira numa página interativa da Renascença, com atualização diária, o Partido Socialista segue na frente, com oito pontos percentuais de avanço sobre o PSD, que soma 28,6% das intenções de voto estimadas.

O Bloco de Esquerda abandona a posição da terceira força política, com 6,3%, ultrapassado pelo Chega, que soma 6,9%. Seguem-se CDU (5,3%), Iniciativa Liberal (4,7%), PAN (2,7%), CDS-PP (1%) e Livre (0,5%).

Apesar da distância de oito pontos percentuais entre os dois maiores partidos, o PSD tem vindo a recuperar, desde junho, altura em que atingiu o valor mais baixo do último ano (25,5%). Desde então, o algoritmo de previsão de resultados tem mostrado uma subida para o PSD, com quebras pontuais. No último mês e meio o crescimento é especialmente notório e a atual estimativa para os sociais-democratas supera o resultado alcançado nas últimas legislativas.

Ainda assim, a intenção de voto no PSD, CDS e IL juntos (34,6%) não é suficiente para igualar a soma do PS (37%). Se à equação for adicionado o Chega, toda a direita supera o partido mais forte, mas não chega aos 50%.

Também o PS precisa do Bloco de Esquerda, CDU e PAN para alcançar a maioria (51,7%).

Porquê agregar sondagens? “Para saber qual é a atual tendência” da intenção de voto dos portugueses

“Durante a campanha eleitoral, é muito comum um jornal fazer notícia de uma sondagem, como se essa não fosse apenas uma de quatro, cinco ou seis sondagens que foram feitas nos últimos dias”, começa por explicar Luís Aguiar-Conraria.

O académico, que em 2015 integrou uma equipa de especialistas responsável pelo desenvolvimento de um método de agregação de sondagens, defende que a principal utilidade na junção dos vários estudos de opinião políticos é a possibilidade de traçar a tendência da intenção de voto dos portugueses, numa estimativa que elimina o ruído estatístico de cada uma das projeções.

“Cada sondagem, em si mesma, tem associada uma margem de erro, que é tanto maior quanto mais pequena for a amostra. Portanto, uma sondagem feita a 600 pessoas terá uma margem de erro máxima de cerca de 4 pontos percentuais para cima e para baixo - com um intervalo total de oito pontos percentuais. É natural que uma pessoa pergunte: quando sai uma sondagem destas porque é que eu devo olhar só para esta sondagem sem ter em atenção as outras todas?”, acrescenta.

Para isso, a Renascença recupera a sondagem das sondagens, publicada pela primeira vez em 2019, num trabalho realizado com o apoio investigador e professor da escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, que procura agregar todas as sondagens dos últimos dois anos para chegar à melhor estimativa dos resultados de 30 de janeiro de 2022.

Para alcançar o resultado, com atualização diária na página interativa da Renascença, foi adotado um filtro estatístico, conhecido como Filtro de Kalman. Pode consultar toda a metodologia aqui.