Os 26 países mais pobres do mundo - onde vivem 40% das pessoas pobres - estão mais endividados do que nos últimos 18 anos e cada vez mais vulneráveis a desastres naturais e a outros choques.
De acordo com um relatório do Banco Mundial, divulgado este domingo, estas economias estão em média mais pobres do que eram antes da pandemia da Covid-19, enquanto o resto do mundo recuperou e retomou a sua trajetória de crescimento.
Divulgado uma semana antes das reuniões anuais do Banco Mundial e do FMI, em Washington, o relatório confirma um grande revés nos esforços para erradicar a pobreza extrema.
Dois terços dos 26 países mais pobres estão em conflitos armados ou têm dificuldade em manter a ordem devido à fragilidade institucional e social, o que inibe o investimento estrangeiro, expondo-os a frequentes ciclos de expansão e retração, diz o relatório.
“Num momento em que grande parte do mundo simplesmente se afastou dos países mais pobres, a IDA tem sido a sua tábua de salvação”, disse o economista-chefe do Banco Mundial, Indermit Gill, citado pela Reuters.
De acordo com o Banco Mundial, os desastres naturais também causaram um impacto maior nesses países na última década. Entre 2011 e 2023, desastres naturais foram associados a perdas anuais médias de 2% do PIB, cinco vezes a média entre países de rendimento médio-baixa, apontando a necessidade de maiores investimentos.