“Clientes têm de pagar um pouco mais”, avisam transportadoras de mercadorias
22-01-2020 - 10:08
 • Marta Grosso , Fátima Casanova

Novo presidente da Antram diz que só há uma maneira de as empresas serem viáveis: preços mais altos e boa gestão do dinheiro. Em outubro, depois de duas greves, sindicatos e patrões chegaram a acordo para aumentar salários dos motoristas.

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) alerta para um ano difícil e apela à compreensão e colaboração dos clientes.

Depois da greve dos motoristas de transporte de combustíveis, no ano passado, as empresas começaram a aplicar, em janeiro, o novo contrato de trabalho coletivo –um dos desafios do novo presidente da Antram, Pedro Polónio.

O novo dirigente, que toma posse nesta quarta-feira, assume que os custos com os aumentos salariais vão ter de ser partilhados com os clientes. “É a única forma de as empresas serem viáveis”, afirma.

Mas, além de entenderem “que é preciso pagar um pouco mais”, é necessário “que as empresas giram melhor [o dinheiro e recursos] e que os clientes também contribuam para essa melhor gestão das nossas frotas”, adianta.

Pedro Polónio diz que “não há ainda notícia de empresas que estejam a claudicar, que estejam a não conseguir”, mas ressalva que ainda é cedo para falar.

“Será uma verdade que, se os clientes não entenderem esta necessidade premente das empresas, irão acontecer essas dificuldades”, avisa.

Pedro Polónio toma posse como presidente da Antram nesta tarde, para um mandato de três anos.

Em outubro do ano passado, depois de duas greves de motoristas (inclusive de matérias perigosas), a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) e a Antram chegaram a acordo sobre um aumento salarial.

Os motoristas de pesados passarão, assim, a ter como salário base 1.300 euros. "A tabela salarial passa para 700 euros. Isto depois duplica-se tendo em conta que há um conjunto de rúbricas que passaram, desde 2018, a estar garantidas aos trabalhadores, estão indexadas ao vencimento base", explicou então, à Renascença, José Manuel Oliveira, coordenador nacional da FECTRANS.