​Lucros da Galp. PCP defende novas medidas perante sacrifício dos portugueses
26-07-2022 - 16:36
 • Susana Madureira Martins

Na mira estão os lucros divulgados pela Galp, que ascendem aos 420 milhões de euros no primeiro semestre. Os comunistas insistem na taxação dos lucros extraordinários das petrolíferas e na fixação de preços máximos para os combustíveis.

Depois do Bloco de Esquerda (BE), também o PCP quer ver o Governo a taxar os lucros extraordinários das petrolíferas.

À boleia dos números divulgados pela Galp, que apontam um lucro de 420 milhões de euros só no primeiro semestre deste ano, os bloquistas veem um "achincalhamento aos sacrifícios dos portugueses" e o PCP vê uma "justa indignação".

Em comunicado, os comunistas dizem mesmo que "mais impressionante seria o número se a Comunicação Social tivesse optado por destacar a quantificação desses lucros de acordo com as regras internacionais de contabilidade". O valor lido assim poderia chegar, segundo o PCP, aos 713 milhões de euros.

Feitas as contas, os comunistas insistem na necessidade de fixar os preços máximos para os combustíveis, na taxação dos lucros extraordinários que as petrolíferas estão a realizar "com a especulação, a guerra e as sanções" ou ainda no fim da dupla tributação do IVA sobre os combustíveis.

E, claro, a sempre desejada "recuperação do controlo público da Galp" que o PCP há muito exige.

Para os deputados comunistas, estas "são medidas de ruptura com a liberalização do setor, e de ruptura com a subserviência nacional face às imposições da União Europeia e do grande capital".

Num recado ao Governo, o comunicado do PCP atira que estes resultados da Galp "mostram que é mesmo preciso romper com a política de direita", colocando a política da maioria absoluta do PS no mesmo saco do PSD, Iniciativa Liberal ou do Chega.

Numa segunda “canelada”, mas à Galp, os comunistas notam como "particularmente significativo" que a empresa "obtenha estes resultados num momento

em que o encerramento da Refinaria de Matosinhos se repercute negativamente nas suas contas", aumentando "a dependência externa de um conjunto de produtos refinados".