Sentiu-se uma onda de pessimismo, nestes últimos dias, no seio da massa associativa do Sporting Clube de Portugal. A derrota frente ao Benfica, em Alvalade, no passado domingo, causou estragos de monta, pelo que um segundo desafio entre as mesmas duas equipas ajudava a criar esse estado de pouca bonança e a admitir que uma segunda derrota nas mesmas circunstâncias poderia vir a comprometer muitas coisas.
Afinal, não aconteceu nada disso.
É verdade que a equipa encarnada voltou a ganhar ao seu mais antigo adversário lisboeta, mas a história deste jogo teve poucos pontos de contacto com o de há três dias atrás.
Uma igualdade final, a acontecer, até nem ficaria como um ferrete desajustado da verdade do jogo, do qual o momento mais espectacular aconteceu quando, aos 82 minutos, Bruno Fernandes puxou do seu pé canhão e num livre a trinta metros da baliza obteve o golo que trouxe dúvidas quanto ao desfecho da eliminatória.
O Benfica não foi capaz de repetir a esplendorosa exibição de domingo, também porque teve pela frente uma equipa diferente, mais tratada defensivamente e a revelar que Marcel Keizer não deitou fora o livro de apontamentos de domingo passado.
Uma mão cheia de estreias, nem todas a deixar indicações suficientes de que o futuro leonino vai passar a navegar no mar da tranquilidade.
Mas, para já, e embora continue a haver motivos de preocupação, foram minorados os estragos.
Ver-se-à a seguir se o treinador holandês terá capacidade para perceber as mudanças, para lhes dar corpo e trazer de regresso o espírito que instalou em Alvalade após a sua chegada.
Uma nota final sobre uma questão, mais uma, com que os órgãos disciplinares presentearam os leões: Ristovsky, castigado (pelos vistos, injustamente com dois jogos, há mais de dez dias) só foi despenalizado três horas antes do derby de ontem.
Se fosse, aqui ao lado, em Espanha, seria motivo para dizer que não se deve acreditar em bruxas, mas que as há... há.