Castro Marim. Nove mil hectares arderam e 12 localidades evacuadas
17-08-2021 - 11:28
 • Renascença

Balanço feito esta terça-feira revela que 81 pessoas tiveram que ser retiradas de casa, mas não há feridos civis. As altas temperaturas e a rotação do vento são as maiores preocupações esta tarde.

O Comandante Distrital de Faro da Proteção Civil confirma que já arderam nove mil hectares na zona Castro Marim, no Algarve. O incêndio atingiu um perímetro 43 quilómetros.

Segundo Richard Marques, o fogo, que se estendeu “de forma fulminante” para os concelhos de Vila Real de Santo António e Tavira durante a tarde de segunda-feira, lavrou com muita intensidade. “O potencial deste incêndio é de 20.000 hectares”, acrescentou.

Até ao momento, 81 pessoas de 12 localidades foram retiradas de suas casas por prevenção. Mas não há habitações danificadas, apenas uma oficina foi consumida pelas chamas. "Poderão haver danos”, admitiu, no entanto, o comandante distrital de Faro.

Segundo esta atualização, também 80 cães e 110 gatos foram retirados do e levados para os canis de Loulé e Tavira.

Apesar dos danos materiais, com casas e culturas atingidas, numa contabilização ainda por fazer, apenas um bombeiro ficou ferido, sem gravidade.

Nesta conferência de imprensa, a GNR confirma que já se circula na A 22 nos dois sentidos. A Via do Infante esteve cortada devido ao incêndio que começou em Castro Marim e alastrou para Tavira e Vila Real de Santo António.

Quanto aos agricultores, o presidente da Câmara de Castro Marim, Francisco Amaral, fala de desespero de pessoas que “perderam todo o seu rendimento agrícola”.

O Ministério da Agricultura já foi contactado pela autarquia, tendo prometido ajudas, à semelhança do que aconteceu em Monchique e em Portimão. “Vamos a ver se isso acontece”, referiu.

Após uma “noite árdua de trabalho”, o comando distrital considera que o plano de execução de ação foi concluído com sucesso, apesar de as altas temperaturas e a rotação do vento continuarem a preocupar e a limitar o desfecho deste incêndio, esta terça-feira.

O alerta para o incêndio rural foi dado às 1h05 de segunda-feira e o fogo chegou a ser dado como dominado pelas 10h20, mas o "quadro meteorológico severo", com altas temperaturas e vento, estiveram na origem de uma "reativação muito forte, em pleno período crítico do dia, junto à cabeça/flanco direito do incêndio original, e este ficou rapidamente fora da capacidade de extinção", explicou anteriormente o comandante operacional regional de Faro, Richard Marques.

As chamas chegaram depois aos concelhos vizinhos de Vila Real de Santo António e Tavira.