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"Jerusalém é a capital de Israel", declarou o Presidente norte-americano, Donald Trump. O anúncio histórico foi realizado esta quarta-feira na Casa Branca.
"É o reconhecimento da realidade. É a coisa certa a fazer", disse o líder dos Estados Unidos. Trump destacou que muitos presidentes prometeram a medida, mas que foi ele a cumprir.
"Depois de mais de duas décadas de renúncias, não estamos mais perto de um acordo de paz duradouro entre Israel e os palestinos", afirmou.
A decisão é no melhor interesse dos EUA e da paz entre Israel e palestinianos, argumentou o líder norte-americano, numa declaração na Casa Branca.
Os planos para transferir a embaixada de Telavive para Jerusalém vão avançar imediatamente, frisou. O Departamento de Estado vai receber esta quarta-feira uma ordem para iniciar os preparativos para a mudança.
A administração vai agora contratar arquitectos e empreiteiros para construir uma embaixada em Jerusalém que será um "magnífico tributo à paz".
Donald Trump espera que esta decisão seja um "contributo para a paz" e defende um "grande acordo para israelitas e palestinianos".
"Vou fazer tudo ao meu alcance para conseguir um acordo. Os EUA vão apoiar solução de dois estados, se tal for acordado pelos dois lados", afirmou o Presidente norte-americano.
“Jerusalém não
é apenas o coração de três religiões, é o coração de uma das melhores democracias do
mundo. Jerusalém deve continuar a ser um local onde os judeus rezam junto ao Muro das
Lamentações, os cristãos fazem caminho da cruz e muçulmanos vão à mesquita”, frisou Trump.
A decisão do Presidente norte-americano está a ser recebida com grande apreensão pela comunidade internacional.
O Papa Francisco mostrou-se esta quarta-feira preocupado. “A este respeito, não posso calar a minha profunda preocupação pela situação que se criou nos últimos dias”, afirmou durante a audiência geral.
Minutos após o anúncio, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que “não há alternativa à solução de dois estados. Não há plano B. Vou fazer tudo nos meus poderes para apoiar os líderes israelitas e palestinianos no regresso a negociações significativas”.
Jerusalém, cidade disputada
O estatuto de Jerusalém é um ponto nevrálgico no conflito entre israelitas e palestinianos. A cidade abriga locais sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos e o seu estatuto é uma das questões mais polémicas e ponto crucial nas negociações de paz.
Israel considera Jerusalém a sua capital eterna e indivisível. Mas os palestinianos reivindicam parte da cidade, Jerusalém Oriental, como capital de seu futuro Estado.
A posição da maioria da comunidade internacional é a de que o estatuto de Jerusalém deve ser decidido em negociações de paz e, por isso mesmo, os países mantêm suas embaixadas em Telavive, a capital comercial de Israel.
Em 1947, quando a Assembleia Geral da ONU decidiu pelo plano de partilha da Palestina entre um Estado árabe e outro judeu, Jerusalém foi designada como "corpus separatum", sob controle internacional, mas o plano não chegou a ser implementado, já que em 1948, foi declarada a Independência do Estado de Israel e, logo em seguida, surgiu a guerra entre árabes e israelitas.
Findo o conflito, Jerusalém foi dividida, com a parte ocidental sob controle de Israel e a parte oriental controlada pela Jordânia.
Em 1967, Israel capturou a parte oriental da cidade e, desde então, vem construindo colunatos em Jerusalém Oriental, considerados ilegais pela comunidade internacional.