Câmara de Vila Franca quer saber como está investigação de legionella
20-04-2016 - 18:51

Surto da doença em 2014 fez 12 mortos e infectou 375 pessoas na região.

A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) um ponto de situação sobre a investigação do surto de legionella que afectou o concelho em Novembro de 2014.

De acordo com o relatório final do surto, a doença do legionário, registada com maior incidência nas freguesias de Vialonga e da Póvoa de Santa Iria/Forte da Casa, causou 12 mortos e infectou 375 pessoas.

Actualmente, decorre um inquérito no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) da Comarca de Lisboa Norte - Vila Franca de Xira.

Em comunicado, o município refere que, "passado um ano e cinco meses", entendeu ser pertinente "solicitar informação sobre o ponto de situação do inquérito criminal em curso".

"Tendo sido tornada pública, em Outubro de 2015, a informação de que, naquele momento, o inquérito se encontrava em fase adiantada, a autarquia considera ser tempo de se encontrarem conclusões, ainda que reconhecendo a complexidade do caso", refere.

A Lusa contactou a PGR para tentar obter uma reacção, mas, até ao momento, tal não foi possível.

O surto registado em Vila Franca de Xira, o terceiro com mais casos em todo o mundo, foi considerado extinto a 21 de Novembro, tendo na altura o então ministro da Saúde, Paulo Macedo, realçado a resposta dos hospitais, que "trataram mais de 300 pneumonias".

Com a divulgação de resultados laboratoriais a apontar para uma relação entre as bactérias recolhidas em doentes para análise e aquelas encontradas numa torre de refrigeração da empresa Adubos de Portugal, e com o caso a passar para a Procuradoria-Geral da República, o segredo de justiça é a justificação de algumas entidades, como a Inspecção Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (IGAMAOT), para não se falar sobre o desenvolvimento do processo.

A doença do legionário, provocada pela bactéria `legionella pneumophila`, contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.