​Cristas e Rio continuam desencontrados
12-10-2018 - 13:35
 • Graça Franco

Partidos não conjugam estratégia orçamental. CDS apresenta propostas dia 25

Assunção Cristas e Rui Rio não tiveram um único encontro pré-orçamental. Os partidos do centro-direita apostam numa estratégia de correr em pista própria até às próximas eleições.

Assunção Cristas confirmou esta sexta-feira de manhã, num encontro com jornalistas, a manutenção da decisão de tentar lutar pela liderança da direita na conquista do maior número possível dos 116 deputados necessários para formar uma alternativa de Governo “sem PS e sem Costa” em próximas eleições.

A líder do CDS reafirmou também a intenção de recusar a Costa qualquer apoio parlamentar, distanciando-se assim do líder do PSD. Pelo contrário, para combater um novo Governo de esquerda, mostrou-se disponível para alianças pós-eleitorais “a dois, três ou quatro partidos”. Ou seja, todos “os necessários” para formar uma frente alternativa. Além da inclusão da nova Aliança Cristas mostrou-se também aberta a novas coligações incluindo com a Democracia 21.

Para o CDS, o voto contra o Orçamento do Estado na fase da generalidade é também um ponto assente. Depois, Assunção Cristas já tem vindo a anunciar a apresentação de propostas centristas “próprias”, quer em sede de “baixa do IRS para todos” quer no que se refere à descida do preço dos combustíveis, incentivos ao repovoamento e à redução dos custos de interioridade.

Em muitos casos o CDS tem já pendentes de apreciação parlamentar várias medidas que considera “melhores” do que as agora anunciadas pelo PS nos mesmos temas e não se mostra disponível para nem aí apoiar as propostas de outros partidos. Pelo contrário, espera que sempre que possa existir convergência o PS admita dar o voto favorável aos centristas.

Na reunião com Mário Centeno, os deputados João Almeida e Cecília Meireles saíram ainda “mais preocupados” com a manutenção de uma política de “falta de ambição quanto à descida da dívida pública” e baixo “investimento”.

A líder do CDS anunciou também o dia 25 para a apresentação de um pacote de propostas centristas em matéria de apoios ao Interior. Do pacote vão constar medidas capazes de incentivar a fixação das populações que atualmente já estão de alguma forma instalados nessas regiões.

Cristas exemplificou com o facto de pós a abertura do túnel do Marão os professores colocados em Vila Real terem passado a residir no Porto e não na cidade como até aí.

O CDS anunciou ainda o reforço de medidas de fiscalização e transparência do próximo Orçamento propondo designadamente alterações à margem do espaço de manobra atualmente concedida ao chamado decreto de execução orçamental que ultimamente tem limitado a efetivação da despesa, através da sobreposição e multiplicação de autorizações de despesa por parte das Finanças mesmo quando estas têm cabimento orçamental. Impedindo, desta forma, que gastos previstos em Orçamento sejam concretizados por serviços públicos como Universidades ou Hospitais.