Dia 88. Zelensky quer estatuto de candidato à UE em junho, Presidente do Senegal visiva Moscovo e Kyiv
22-05-2022 - 22:33
 • João Malheiro

A Rússia advertiu, este domingo, que a região do Ártico está a converter-se num "teatro internacional de ações militares", tendência que classificou como "muito alarmante".

No 88.º dia de guerra, Volodymyr Zelensky voltou a manifestar vontade da Ucrânia receber estatuto de país candidato à União Europeia já no próximo mês.

O presidente senegalês anunciou que vai visitar os dois lados do conflito, em representação da União Africana.

A Rússia advertiu, este domingo, que a região do Ártico está a converter-se num "teatro internacional de ações militares", tendência que classificou como "muito alarmante".

A Renascença resume os principais momentos de mais um dia de conflito.

Zelensky quer estatuto de candidato à UE em junho

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reiterou hoje a esperança de que, em junho, a Ucrânia obtenha o estatuto de candidato à União Europeia (UE), após o Presidente polaco, Andrzej Duda, garantir o seu apoio e o da Polónia.

Durante uma conferência de imprensa conjunta, em Kiev, Zelensky afirmou que a Ucrânia pertence à comunidade europeia desde há muito tempo, mas sublinhou que para entrar na UE é preciso "embaixadores e amigos poderosos", refere a agência de notícias espanhola EFE, que cita a agência de notícias polaca PAP.

"Acreditamos que isso vai acontecer e contamos com o estatuto de país candidato à UE em junho. Contamos com o apoio poderoso de Andrzej [Duda] nesta questão", declarou Zelensky.

O Presidente ucraniano fazia alusão ao "discurso histórico" do Presidente polaco perante o Parlamento ucraniano, o primeiro de um líder estrangeiro desde 24 de fevereiro, dia em que começou a invasão russa, no qual o chefe de Estado polaco assegurou que "a Polónia apoia e continuará a apoiar a Ucrânia".

"Pessoalmente, não descansarei até que a Ucrânia passe a ser membro da União Europeia", afirmou Andrzej Duda, na altura.

Presidente senegalês vai a Moscovo e a Kyiv

O presidente senegalês anunciou este domingo que vai deslocar-se à Rússia e à Ucrânia em nome da União Africana, a que atualmente preside, após um convite de Moscovo e o desejo manifestado pelo Presidente ucraniano de contactar com líderes africanos.

Macky Sall disse, numa conferência de imprensa conjunta com o chanceler alemão, Olaf Scholz, que tinha recebido um mandato da União Africana para fazer a viagem.

A Rússia tinha feito um convite para esse efeito, adiantou.

A viagem, inicialmente marcada para 18 de maio, não pôde acontecer "por motivos de agendamento", e por isso propôs novas datas, adiantou o Presidente senegalês.

"Assim que estiver resolvido, irei naturalmente a Moscovo, e também a Kyiv, e também concordámos em reunir todos os chefes de Estado da União Africana que o desejem, naturalmente, com o Presidente [ucraniano, Volodymyr] Zelensky, que tinha manifestado a necessidade de comunicar com os chefes de Estado africanos", revelou Macky Sall.

Rússia alerta para "teatro de operações militares" no Ártico

A Rússia advertiu, este domingo, que a região do Ártico está a converter-se num "teatro internacional de ações militares", tendência que classificou como "muito alarmante".

"Vemos como aumenta a atividade militar internacional nas altas latitudes. Há una internalização da atividade militar", disse o embaixador russo de missões especiais, Nikolai Korchunov, em declarações à agência oficial russa RIA Novosti.

O diplomata, que preside ao comité de altos cargos do Conselho do Ártico, acrescentou que a "conversão da região ártica" num teatro internacional de ações militares é "muito alarmante".

"Isto não pode deixar de nos preocupar", sublinhou, ao comentar os pedidos da Suécia e da Finlândia para ingressarem na NATO, apresentados na quarta-feira, com o argumento de que é necessário fortalecer a segurança, devido à "operação militar especial" que a Rússia desenvolve na Ucrânia desde 24 de fevereiro.