Rui Rio. Palavras de Santos Silva são “civilizadas” e “ajudam à governabilidade”
28-01-2022 - 14:13
 • André Rodrigues , Marta Grosso

Líder do PSD esteve esta manhã na Liga dos Bombeiros Portugueses, onde reagiu à disponibilidade manifestada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros para um “acordo de cavalheiros” entre PS e PSD. Quanto à liderança do partido, Rio lembra que foi eleito há pouco tempo por dois anos.

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Rio concorda com Augusto Santos Silva sobre um eventual acordo de cavalheiros entre PS e PSD após as legislativas.

“Eu acho que essa declaração do ministro Santos Silva é positiva, civilizada e que ajuda francamente à governabilidade”, afirmou o presidente do PSD nesta sexta-feira, recordando que as palavras “do atual ministro dos Negócios Estrangeiros vêm no sentido daquilo que eu próprio tenho vindo a dizer”.

“Se a questão do PS é o Chega estar fora da equação, isso estou eu a dizer desde sempre que está”, reforçou no dia em que as sondagens apontam para uma maioria de direita no Parlamento contando com o partido de André Ventura.

À margem de uma visita à Liga dos Bombeiros Portugueses, em Lisboa, Rio defendeu que o Presidente da República deve chamar para formar Governo o líder do partido mais votado nas eleições de domingo.

“Aquilo que o Presidente da República deve fazer é chamar aquele que é, por um lado, o líder do partido que foi mais votado, por outro, aquele que o partido indicou para ser o primeiro-ministro – que normalmente coincide, mas podia não coincidir”, afirmou.

Ou seja, se o PSD vencer as eleições com mais votos, deve ser o presidente do partido a ser chamado por Marcelo Rebelo de Sousa, independentemente de haver uma maioria de esquerda no Parlamento.

“É isto que a Constituição diz”, rematou.

E se o PSD perder? Poderá haver mudanças na liderança? “Há muitas formas de perder: há perder por muito poucos, há perder por muitos, há subir muito relativamente à última vez, há ficar próximo daquilo que foi a última vez, há ficar ainda abaixo do que foi a última vez, tudo isto tem de ter uma leitura”, diz Rui Rio, lembrando que a sua posição é diferente da de António Costa.

“Eu tive eleições diretas no partido há muito pouco tempo. Se não tivesse tido, se as eleições tivessem sido na altura própria, que ia ser agora – e era, aliás, o que eu defendia – aí a situação era diferente. Agora, tenho um mandato de dois anos, logo se verá”, conclui.

A caravana social-democrata faz agora uma pausa para almoçar, regressando à rua para a despedida numa descida do Chiado marcada para as 16h00 – um momento em que Rui Rio irá estar acompanhado pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e por Ricardo Batista Leite, cabeça de lista pela capital.