Contágio, a fasquia mil
20-09-2020 - 16:58
 • José Bastos

Carvalho da Silva, Nuno Botelho e Rosário Gamboa na análise da atualidade.

Há mais 552 casos e 13 novas mortes por covid-19 em Portugal. Os números deste domingo confirmam a trajetória ascendente de infetados com covid-19. Morreram em Portugal, nas últimas 24 horas, mais 13 pessoas, elevando para 1912 o número total de mortes por covid-19. Desde 9 de junho (dia em que houve igual número de vítimas) que não se registavam tantos óbitos. Este quadro atualizado está na linha da previsão/alerta de António Costa.

O primeiro-ministro avisou, na sexta-feira, para a possibilidade de na semana que agora se inicia Portugal registar acima de 1000 novos casos da Covid-19 a cada 24h. António Costa indicou ser preciso travar a pandemia, mas sublinhou que o país não pode voltar a fechar. António Costa pediu que se mantenham cinco regras chave: uso de máscara social – sempre que possível e necessário, higienização das mãos, respeito da etiqueta respiratória e afastamento físico. O chefe de governo apela ainda à utilização - via smartphones - da aplicação StayAwayCovid.

Setembro reforça assim a terceira fase de crescimento de casos em que, mais que nunca, se apela à responsabilidade individual. Resulta claro que o país volta a enfrentar uma nova vaga da pandemia, mas diferente da primeira, desde logo, porque em março o país ‘fechou’, mas agora não pode surgir um novo confinamento – seria “insuportável” na expressão do chefe do governo. Outra diferença é o perfil demográfico da maioria dos novos contágios: mais jovens e predomínio das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

Não sendo possível voltar ao confinamento a chave é então recuperar a consciência individual e coletiva como o elemento central para atenuar os efeitos da pandemia? Que implicações no plano económico têm medidas como horários desfasados para reduzir aglomerados de pessoas? Qual é a dimensão da crise que se avizinha?

São questões para análise de Rosário Gamboa, professora universitária e deputada, Manuel Carvalho da Silva, sociólogo, e Nuno Botelho, empresário e presidente da Associação Comercial do Porto.