Sarampo. Jovem que morreu não foi vacinada devido a problemas de saúde, diz amigo da família
19-04-2017 - 12:14
 • Filipe d'Avillez

Problemas de saúde impossibilitaram a toma da segunda dose da vacina, diz fonte próxima da família ouvida pela Renascença. A família não era antivacinas, garante.

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A jovem de 17 anos que morreu esta quarta-feira, no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, onde foi internada com sarampo, não estava imunizada contra o vírus porque, devido a problemas de saúde, não conseguiu tomar a segunda dose da vacina, diz um amigo próximo da vítima, que recebeu autorização da família desta para falar com a Renascença.

"Apesar de não ter tido a segunda dose da vacina, tinha a primeira. Mas teve uma reacção grave depois de tomar a primeira e por precaução, e com medo de uma possível reacção mais grave, não foi tomada essa segunda dose", disse à Renascença o amigo da vítima, que pediu para não ser identificado.

A vítima tinha um “historial vasto de problemas de saúde, desde criança”, explica. Os tratamentos por esses problemas afectaram o seu sistema imunitário o que, segundo o amigo, terá estado na origem da reacção adversa à vacina.

O "Expresso" avançou que a jovem não tinha sido vacinado por opção familiar. Segundo o jornal, a mãe da jovem é antivacinas.

O amigo próximo da família nega esta tese, argumentando que as irmãs da rapariga de 17 anos que morreu de sarampo são vacinadas. Tanto a mais velha como a mais nova receberam as vacinas, incluindo de sarampo.

A ideia de que os pais da rapariga eram adeptos da homeopatia e por isso não tomavam nem deixavam tomar medicamentos comuns é também desmentida pelo jovem. “Ela tomava vários comprimidos, a maior parte era para acalmar as febres e os vómitos. Devido ao tal historial de doenças, ela não podia tomar todos os comprimidos que normalmente uma jovem pode.”

Este jovem com quem a Renascença falou não sabe dizer se a escola levantou algum problema quanto à apresentação do boletim de vacinas, obrigatório para quem frequenta a escola pública, mas garante que os professores conheciam o seu historial de saúde.

Os pais, garante o jovem, estão tristes com as notícias que indicam que não vacinaram a filha por serem contra as vacinas. “Sei que estão a par dessas notícias. Já esperavam que se dissesse que eram contra a vacinação, mas, devido ao momento que estão a passar, neste momento não é prioridade deles limparem o seu nome neste caso”, explica.

A rapariga de 17 anos estava internada no hospital de Cascais quando contraiu sarampo. Foi, entretanto, transportada para o Hospital Dona Estefânia, mas morreu esta quarta-feira de manhã.