Terminada a primeira época na liderança do Vitória de Guimarães, Pepa conquistou a sua segunda qualificação europeia da carreira, depois de ter feito o mesmo em 2020/21, ao serviço do Paços de Ferreira.
Aos 41 anos de idade, o técnico prepara-se para arrancar a sétima temporada consecutiva ao comando de um clube da I Liga. Pepa começou nos distritais, na Sanjoanense, ignorou as previsões pessimistas e agora sonha com a conquista da Taça de Portugal e em ouvir o hino da Liga dos Campeões.
Até confirmar presença na final da "prova rainha" do futebol português, Pepa recusa-se a ir até Oeiras para assistir às finais no Jamor: "Só lá quando for para jogar, subir a escadaria e levantar o troféu".
Em entrevista à Renascença, Pepa faz um balanço positivo de uma época "de muita instabilidade" no Vitória, com eleições, trocas na direção desportiva, lesões e um mercado de transferências de janeiro que viu sair três titulares, um deles o capitão de equipa.
O técnico considera que o campeonato português está desnivelado, não há competitividade no topo da tabela e acredita que a centralização dos direitos televisivos pode revolucionar o futebol nacional.
Que balanço é que faz desta primeira época no Vitória?
Faço um balanco positivo. Houve muita instabilidade ao longo da época, muita dessa instabilidade também devido ou com responsabilidade nossa. É algo que queremos e temos de melhorar, porque queremos ser melhores e ponto final. Não vale a apena estar com desculpas, porque temos de ter a capacidade de contornar isso e sermos mais competentes.
Quanto ao resultado final, vejo de uma forma muito positiva porque conseguimos voltar a colocar o Vitória no mapa das competições europeias, independentemente da forma como foi, porque não deixa de ser meritória. Se não tivéssemos, no mínimo, garantido o sexto lugar não havia contas a fazer. Estávamos fora.
No ano passado, lembro-me que já se sabia em março que o sexto lugar daria acesso as competições europeias. Este ano só não deu mais cedo porque tivemos um Porto-Tondela na final da Taça. Não vejo a nossa qualificação apenas porque os outros perderam, ou por causa de terceiros.
Tentámos de tudo até ao fim pelo quinto lugar para termos o acesso direto, não o conseguimos, mas tudo fizemos até ao fim. Não conseguimos, mas foi de outra forma. Vejo uma época não excelente, mas muito positiva, não só pela qualificação europeia, mas acima de tudo pela valorização de muitos jovens que conseguimos fazer que é a nossa realidade e temos de encarar isso com naturalidade
Achava que ia ser mais tranquila a temporada, com menos momentos de instabilidade? Chegou a estar fora do sexto lugar ao longo da época.
Sinceramente, eu sabia que ia ser dura e desafiante. Acima de tudo, é um clube ímpar e especial, e uma coisa é ver de fora e outra é ver por dentro, mas eu tinha esse alento de conseguirmos até mais e melhor.
A verdade é que não conseguimos certos objetivos. Não fomos à "final four" da Taça da Liga por um golo e até temos um golo anulado contra o Benfica na fase de grupos. Teríamos passado nós, foi por pouco. Na Taça de Portugal, que também é um sonho e um objetivo que temos, fomos incompetentes numa eliminatória com o Moreirense que perdemos 3-2 e fomos arredados desse grande sonho.
No campeonato começámos muito bem em termos de exibições e depois tivemos uma quebra grande que coincidiu, coincidência ou não, com o ato eleitoral. Voltamos a atinar e a acertar, mas acima de tudo a grande dificuldade que senti foi a impossibilidade de repetir o 11 durante praticamente a época toda e isso nunca me tinha acontecido na carreira. Foi um desafio tremendo, porque não dá estabilidade e não criamos rotinas.
Por um lado, também é bom porque lançámos outros jogadores e todos estão sempre prontos para jogar, mas enquanto que olhamos para outras equipas e dizemos de trás para a frente o 11, no Vitória foi difícil ter ali um 11 tipo, um 11 base, devido a essas dificuldades.
Fomos tendo lesões, pequenos surtos de Covid-19. Lembro-me de ir jogar a Barcelos sem ponta-de-lança. São esses tipos de dificuldades que nos obrigam a crescer e a olhar para as soluções.
Como é que um treinador lida com esses momentos? No Paços vinham de uma época muito regular, com esse 11 base que falou.
Foram momentos muito duros, muito difíceis e só nos fazem crescer e estar preparados para grandes coisas. Quando tudo corre bem, quando o mar está calmo, quase que metemos aquilo em piloto automático e deixamos a coisa rolar. Gosto deste exemplo. Quando começa a meter água, aí é que está o desafio de tirar água para fora do barco.
Penso que nos deu grande maturidade e temos de ter a humildade de reconhecer nós, equipa técnica, os erros e perceber que queremos ser amanhã melhores do que aquilo que somos hoje. Houve situações que eu também sei que podíamos ter feito mais e melhor.
A verdade é que naquela tormenta de o barco abanar e ir ao fundo, soubemos ter a capacidade e a humildade de manter os pés no chão, tranquilizar o grupo de trabalho e seguir o nosso rumo porque houve ali momentos difíceis. Vencemos o Braga e penso que já não ganhávamos há mais de cinco anos ao eterno rival.
Ganhar ao Braga não nos dá mais do que três pontos, mas temos de ter noção que é um jogo especial e simbólico. Depois desse jogo, os dois jogos com Belenenses SAD e Arouca [ambos derrotas] foram muito duros.
Foi uma experiência importante para a próxima época?
Sim, quando estava fora falava-se do Vitória como um cemitério de treinadores, era a gíria, que era um clube difícil. Se voltasse atrás um ano, era igual, não pensava duas vezes. É um clube especial, adeptos com uma exigência tremenda.
É preciso passar esta mensagem para o grupo de trabalho. Às vezes se for preciso no jogo assobiam e sai um desabafo ou um nome, mas são os mesmos que passadas algumas horas estão a apoiar. No calor do jogo sentem como poucos, ou como ninguém.
Às vezes é preciso sair de pressão e passar a bola ao guarda-redes. Se fazemos isso duas vezes no início do jogo, estamos a ser assobiados. É preciso esse estofo e essa capacidade de não nos desviarmos daquilo que trabalhamos e daquilo que acreditamos.
Somos assobiados duas vezes e a seguir já não fazemos isso. Mas pode ser preciso para criar espaço. Essa ansiedade do ruído externo cria alguma instabilidade na equipa e isso é algo que nos também temos de crescer todos juntos.
A pressão do Vitória é semelhante à dos grandes?
Posso dizer uma asneira, mas eu acho que há mais. Num Porto, Benfica e Sporting, cinco derrotas são um descalabro. Aqui a exigência é igual, mas a verdade é que os recursos são outros, completamente diferentes, mas a exigência é a mesma, portanto é este equilíbrio que é importante termos.
A nossa ambição não tem limite, mas temos que ter os pés bem assentes no chão e saber lidar com a derrota, que é algo que vai acontecer infelizmente algumas vezes. O dinheiro não ganha jogos, ajuda em muita coisa, mas aqui não pode ser.
Ficou à prova este ano a quantidade de jovens e de miúdos que lançamos. É esse o nosso caminho, o nosso futuro, até presente já, e que nos vai dar estabilidade não só financeira, porque os clubes precisam de vender, mas miúdos com uma personalidade incrível que sentem o clube, vêm bem formatados, bem educados e não tremem dentro de campo.
Há mais jovens da formação a caminho para a equipa principal?
Sem querer fazer grandes promessas, eu acho que esta geração está bem espremida. Não estou a dizer que não há qualidade nos próximos miúdos aí a despontar, mas a verdade é que juntamos aqui já duas ou três gerações. Poderá demorar um ano ou dois até vir outra fornada.
É preciso ter paciência e a verdade é que foram lançados 10 jovens da formação este ano. Não foram lançados para bater recordes, nem foram lançados porque me apeteceu. Foram miúdos lançados por necessidade, por qualidade, por estarem preparados.
Pode ser a época de afirmação para a maioria dos jovens? Só o André Almeida foi um titular indiscutível de todos da formação.
Sim, mas tivemos vários a jogar. O Maga estreou-se a titular com o Braga e não voltou a sair da equipa. Teve só o jogo do castigo pelo "manguito", mas acreditamos a 100% nele. Nesse gesto estava na brincadeira com uns amigos na bancada superior, mas isso são outros "quinhentos". Somos logo castigados e vejo tanta coisa a acontecer. Serviu-lhe de crescimento. Quando é o Vitória parece que tem sempre de servir de exemplo.
O Nélson da Luz estava na equipa B, o Amaro acabou muito bem, o Hélder Sá teve muitos minutos este ano, o Handel, foi pena a lesão porque andou numa luta muito bom com o Alfa Semedo.
O caminho está a ser percorrido com os pés bem assentes no chão, com miúdos da formação muito trabalhados, uma palavra para todos os profissionais que trabalham na formação, em especial o Moreno e da equipa técnica, que temos uma ligação muito próxima, até na forma de jogar. Isso facilita na integração dos miúdos.
É a segunda qualificação europeia da carreira, vai estrear-se na Conference League. Sendo um treinador que veio dos campeonatos distritais, que significado é que tem?
Tem um significado muito grande. Lembro-me quando saí da formação do Benfica, fui para o distrital de Aveiro e chamaram-me de maluco, que nunca iria chegar ao futebol profissional.
É preciso ter competência, mas também sorte de estar no sítio certo à hora certa. Podemos ter sorte nas oportunidades, mas no resto não vamos ter. Em qualquer área, temos de estar preparados e temos de ser competentes.
Depois, se a oportunidade chegar, ou não, é preciso ter a felicidade de as coisas acontecerem. Vim da distrital até à I Liga, agora estou num clube grande. Poder finalmente disputar uma competição europeia é especial para qualquer treinador.
O Vitória pode ambicionar chegar à fase de grupos? Paços e Santa Clara estiveram perto, mas não conseguiram.
Não podemos ambicionar outra coisa. Arrisco-me a dizer que o que tiver de sair no sorteio, saiu. Em bom português: quem vier, morre. Tem de ser esse o nosso pensamento, com respeito por todos os clubes. Não é falsa humildade, é o que é.
O objetivo é chegar à fase de grupos. O Paços apanhou o Tottenham, o Santa Clara apanhou o Partizan, mas tiveram mérito de chegar até lá. Em vez de estarmos a pensar nos peixes graúdos, é o que vier.
Numa época de contenção financeira, quais é que são os objetivos? É possível falar de outro objetivo que não seja a Europa?
É verdade, o presidente já falou de redução da folha salarial e da incapacidade para certos negócios, mas somos o Vitória. Independentemente do orçamento, dos nomes e idade. É a fome, que para mim é tudo. Por exemplo, as pessoas acham que o leão não caça, fica a apanhar sol e marcar território, e que a leoa é que caça. Mas quando tem fome, vai caçar.
Se o jogador tiver ambição e vontade de triunfar, esse tipo de mística e espírito que ainda queremos reforçar mais ainda, independente de dinheiro.
Todos temos de ser mais competentes, não adianta falar de desculpas, nem objetivos de quarto ou quinto, destes números. Vamos jogo a jogo, acredito que o futebol acaba por ser justo numa maratona de 34 jornadas, mais ponto, menos ponto.
Já há três reforços anunciados, Ogawa, Matheus Índio e Anderson, espera uma reformulação grande do plantel?
Depende muito das saídas. Temos de ter esse cuidado e paciência, não podemos por a carroça à frente dos bois, contratar muitos jogadores, quando temos aqui vários na mesma posição. Temos de ter paciência, ser criteriosos e errar o menos possível dentro do perfil.
Sem receios, com calma e saber que há jogadores que com naturalidade vão sair, para não falar dos que já sairam em final de contrato.
Há rumores da possível saída do André Almeida e do Gui. Acha que pode perder os jogadores de formação?
Treinadores, clubes e adeptos, todos temos de estar preparados. O futebol vive disso, o futebol em Portugal é fértil nas pontes e passagem de jogadores estrangeiros e de jogadores da formação que acabam por ir para mercados com outro poderio financeiro.
Não digo que vão para melhor em termos desportivos. Em termos factuais, Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França estão à nossa frente. Estamos perto da França, mas em termos financeiros é completamente diferente. Vejo com naturalidade.
Já saíram alguns jogadores a custo zero. O Quaresma e o Sílvio lamentaram a falta de oportunidades. Como encarou as palavras deles?
Com naturalidade. É normal, qual é o jogador que não quer jogar? Depois a forma como cada um se exprime, é de cada um. Só tenho a agradecer a todos, o treinador tem de tomar decisões, foi um prazer trabalhar com o Ricardo, o Sílvio e todos os outros. Foram uns campeões na forma como conseguiram reagir a tanta adversidade.
O André André e o Sakho saíram emprestados com cláusulas de compra. Existe a possibilidade de contar com eles na próxima época?
Sim, em termos factuais, eles são jogadores do Vitória. Claro que existe. As cláusulas não são obrigatórias. São jogadores do clube.
O Vitória passou por um processo eleitoral a meio da época, saiu o presidente que o tinha contratado [Miguel Pinto Lisboa] e entrou um novo [António Miguel Cardoso]. Que relação tem com o novo presidente? Como foi vivido este período, traduziu-se em alguma instabilidade nos resultados da equipa?
Traduziu, não adianta fugir. Infelizmente, traduziu-se nos resultados. Por mais que se queira blindar um processo eleitoral no Vitória, é impossível. A cidade vive o futebol de maneira muito intensa, como nunca vi. É ímpar, impressionante. Foram eleições renhidas, retirei com orgulho que os três candidatos foram unânimes a dizer que apoiavam o treinador.
Notou-se o cuidado de tentar passar estabilidade à equipa, mas há coisas que é possível de blindar. Sentia-se a equipa "em brasas".
Também houve o momento da entrada do diretor desportivo [Diogo Boa Alma], mas saiu um mês depois. Foi mais um fator de instabilidade até de alguém que já estava a trabalhar próximo da equipa?
É verdade, não é crítica, as decisões são tomadas, mas é um grupo de trabalho que no ano passado teve quatro treinadores, esta época teve dois presidentes e três diretores desportivos. A única cara que eles foram vendo sempre foi o treinador, que nem é normal.
Acho que está tudo dito da instabilidade, daí eu valorizar tanto a época que fizemos, mesmo com tanto que nos aconteceu. Houve uma altura que se desabámos, vamos por aí abaixo, 9.º, 10.º e 11.º lugar.
É assim que às vezes grandes clubes descem de divisão. Depois de se apanharem no lodo, na linha de água, para sair é complicado. É aí que valorizo a capacidade que este grupo teve. Para os jogadores e adeptos, que apoiam de forma única, o meu muito obrigado, porque não foi fácil.
Como tem sido trabalhar com o Rogério Matias? Estão a trabalhar em conjunto na equipa para a próxima época?
Ao longo da carreira, sempre tive relação muito profissional nos clubes que represento. Qual o treinador que não gostava de ter o Messi, Neymar e Mbappé? É preciso adaptar ao contexto e necessidades do clube.
Trabalho em sintonia com o Rogério, constantemente a planear ao pormenor. É uma pessoa que conhece bem o clube. Seja quem for, o profissionalismo é sempre o mesmo.
Como olhou para o topo do campeonato? Porto com recorde de pontos, o Sporting com a mesma pontuação, mas a ficar curto e o Benfica mais atrás.
Acho que o campeonato está pouco competitivo, do terceiro para os outros. Temos tido um quarto lugar a aproximar-se, por vezes, mas para baixo há um fosso grande. Há falta de competitividade e há razões para isso. A centralização dos direitos já devia ter sido feito há muito tempo. Temos casos como Inglaterra, Espanha e até França, em que a competitividade é diferente, mesmo com o dinheiro todo que o Paris Saint-Germain tem.
Enquanto não dermos esse passo, fico com dúvidas se o que nos acontece na Europa também não tem a ver com a falta de competitividade aqui. Temos isso só com as outras 14 equipas. Tudo o resto fica uma diferença muito grande.
Grande mérito do Porto no recorde de pontos, trabalho impressionante do Sérgio Conceição, é também fruto da estabilidade dos treinadores. Sérgio vai para o sexto ano, o Rúben Amorim para o terceiro ano. Todas as equipas que desceram de divisão trocaram de treinador. O Arouca teve uma fase muito má, mas manteve o treinador e não desceu, e bem, porque dava gosto ver jogar. É a gestão de quem manda, de quem tem a faca e o queijo na mão.
A centralização pode revolucionar o futebol português? Imagina uma cenário em que o campeão não seja um dos três grandes?
Imagino, mas para já não. A diferença é tão grande em termos de orçamento que num dia mau, um dos três grandes vence o jogo na mesma. ´
É como termos um Mercedes contra um Citroen 2cv. Com muitas curvas, dá para enganar. Mas a luta é desigual em condições normais. Se formos lá fora vemos clubes com condições que deixam de boca aberta.
Em Portugal, alguns clubes têm de ir de autocarro para treinarem aqui e ali. Faltam-nos condições, temos de investir muito nisso.
O Benfica contrata um treinador estrangeiro, o Roger Schmidt. É um desafio acrescido?
Acho que tem a ver só com adaptação. Hoje em dia conseguimos ver os jogos do Roger Schmidt no PSV e ele consegue ver os jogos do nosso campeonato. É adaptação, talvez conhecimento cultural dos estádios, dos jogadores, mas é a mesma coisa que os treinadores portugueses que vão para fora e costumam ter sucesso. Não vejo nenhum entrave.
Vê o Sérgio Conceição e o Rúben Amorim preparados para um salto para um grande europeu?
O treinador português está muito capacitado, enche-nos de orgulho vermos tantos portugueses tão bons por aí fora. A cobiça deles dois é sinónimo de um grande trabalho, mesmo na Liga dos Campeões. O Sérgio já deve estar na história como um dos treinadores mais titulados do Porto. Vejo com naturalidade, os grandes clubes europeus estarem de olho nos treinadores portugueses.
O Edwards pode chegar a um patamar ainda superior ao do Sporting?
Acredito que sim. Ao dizer isto, não digo que não está já num patamar de topo. É um jogador que tive o prazer de treinar, com um talento que nunca tinha visto em termos de magia e qualidade técnica. É fora de série, é questão de estar tranquilo e compreenderem-nos. O resto, é desfrutar o que faz dentro de campo.
Qual o jogador que mais o surpreendeu no campeonato?
Houve vários que me surpreenderam, aqui perto o Samu e o Kiko Bondoso, do Vizela, o Franco, do Estoril. Gosto de ver jogadores que chegam de divisões inferiores, dá-me gozo vê-los atingir o patamar.
Que sonhos e objetivos é que ainda tem por cumprir? Ainda é bastante jovem.
E já com quase 200 jogos na I Liga. Às vezes olhos e penso como é possível? O Jamor é marcante, recuso a ir ao Jamor, só quero ir lá para jogar, subir a escadaria e levantar o caneco. De resto, não quero ir lá fazer nada. Tenho este sonho desde criança, a prova-rainha é marcante. O outro é ouvir o hino da Liga dos Campeões, são dois objetivos que gostaria de cumprir, se possível no Vitória.
Chegar a um grande é um objetivo? Tem uma ligação do passado ao Benfica.
Às vezes fazem-se essas ligações, mas no futebol profissional, uma pessoa coloca isso de parte. Chegar a um grande, pode parecer estranho, mas eu acho que já cheguei a um grande. O Vitória não tem os recursos do Porto, Benfica e Sporting, mas é um grande clube.
Não me vou andar a queixar quando temos estes recursos. É com o que temos. Vai-nos obrigar a ser ainda mais competentes e com pouco fazer muito.