Pedrógão Grande. PSD quer saber o que tem sido feito com dinheiro doado
17-08-2017 - 08:41

Passam dois meses da tragédia que afectou o Centro do país. Além do rasto de destruição, o fogo causou 64 mortos (47 na estrada) e mais de 200 mortos.

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O PSD quer saber qual o valor exacto dos donativos que os portugueses fizeram para ajudar as vítimas do grande incêndio que começou a 17 de Junho em Pedrógão Grande e consumiu, em média, 10 mil hectares por dia. Durou uma semana.

“É uma obrigação do Governo, por um imperativo de transparência, de rigor e de verdade, dizer qual foi a quantia exacta que os portugueses doaram e como é que o dinheiro está a ser utilizado”, afirma à Renascença Teresa Morais, vice-presidente do partido e uma das signatárias das perguntas enviadas aos ministros do Trabalho, Solidariedade, Segurança Social e da Administração Interna.

“O Governo tem 30 dias para responder, mas a verdade é que da última vez não respondeu. A pergunta sobre a quantia exacta do valor dos donativos foi feita uma primeira vez a 13 de Julho e não foi respondida até hoje”, critica.

Além dos valores recebidos, o PSD quer ainda saber “se já houve verbas entregues, a quem foram entregues, quais as quantias e para que fins”.

“É ainda importante saber se já houve apoios financeiros que tenham sido dados aos bombeiros e às suas famílias, porque nós sabemos que muitos portugueses que fizeram doações nessa altura, o fizeram com a intenção de ajudar os bombeiros”, acrescenta a social-democrata nas declarações à Renascença.

Sobre a criação de um fundo para gerir o dinheiro doado, o PSD não discorda da iniciativa do Governo, mas exige mais informação.

“Evidentemente que poderia ter havido outas soluções. O Governo entendeu – por uma questão pragmática, imagino eu – que a forma mais eficaz de gerir estes fundos era incluí-los num fundo. Para isso, criou, através de um diploma de 7 de Julho, o tal fundo onde existe como receita principal – é a primeira receita que está referida no próprio diploma – os donativos em dinheiro dados pelas pessoas através de transferências ou de depósitos bancários. Achámos que haveria outras soluções, mas não questionámos na altura que o Governo quisesse criar um fundo. Achamos é que tem de haver transparência e informação, que até hoje o Governo deu, sobre todos estes aspectos”, sustenta.

O incêndio que há dois meses deflagrou no concelho de Pedrógão Grande (distrito de Leiria) e se alastrou a mais quatro concelhos vizinhos (Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Alvaiázere e Penela), é considerado pelo Sistema Europeu de Informação sobre Fogos Florestais o 11.º incêndio que mais pessoas matou desde 1900 e também o que mais área consumiu desde que há registo em Portugal.

Do total de vítimas mortais deste incêndio, grande parte morreu na Estrada Nacional 236-1. Mais de 150 famílias ficaram desalojadas.

Segundo o organismo, que contabiliza quase em tempo real a área ardida, o incêndio terá consumido, em média, 10 mil hectares por dia.