O sínodo dos bispos
09-10-2015 - 13:04

Onde não há família não há sociedade verdadeiramente humana, digna, acolhedora.

As notícias, debates e opiniões a propósito do Sínodo sobre a Família que decorre no Vaticano confirmam a importância do tema e o interesse que as posições da Igreja suscitam.

Amada, mas tantas vezes atacada e desprotegida, a família continua a ser base essencial das sociedades.

Onde não há família não há sociedade verdadeiramente humana, digna, acolhedora.

Importa reconhecer que a evolução da sociedade tem condicionado a família. E a Igreja não fecha os olhos à realidade. A complexidade da vida social pede esta atitude de constante acolhimento e diálogo, até no modo de propor e anunciar; e tal atitude é um dever permanente da Igreja.

Mas acolher e dialogar não significa mudar a proposta da Igreja sobre a família, afeiçoando-a aos gostos e desejos particulares de cada época. Nem se espere do Sínodo uma espécie de operação de marketing, destinada a vender e promover um produto, como legitimamente se faz no mercado. A lógica da Igreja não é, nem pode ser essa.

A recusa de uma lógica de mercado no anúncio da verdade, não impede porém, que a Igreja saiba cada vez mais acolher e abraçar, como diz o Papa Francisco, “as situações de vulnerabilidade” que põem a família à prova: “a pobreza, a guerra, a doença, o luto, as relações feridas e desfeitas de que brotam contrariedades, ressentimentos e rupturas”.

Só assim será possível compreender as diferenças e os acidentes que as famílias experimentam ao longo da vida, nos contextos em que são chamadas a viver.

Antes ou depois do Sínodo, haverá sempre quem não concorde com o olhar da Igreja sobre a família. Mas importa que nesse olhar sempre se reconheça o amor; que é também, por excelência, a base e a identidade da vida familiar.