PSD deve "clarificar" relação "altamente nociva" com o Chega
27-09-2021 - 06:16
 • Renascença

Em declarações à Renascença, no rescaldo das eleições autárquicas, o social-democrata Pedro Duarte considera que a “ambiguidade” do PSD “tem sido um favor que faz ao Chega”.

Carlos Moedas conseguiu um resultado “excecional” em Lisboa e o líder eleito do PSD nas próximas eleições internas deve "clarificar", de uma vez por todas, a relação com o Chega, defende o deputado social-democrata Pedro Duarte.

Em declarações na emissão especial da Renascença de acompanhamento dos resultados das eleições autárquicas, Pedro Duarte considera que a “ambiguidade” do PSD “tem sido um favor que faz ao Chega”.

“Não minha opinião, acho que é absolutamente decisivo para o PSD demarcar-se de qualquer hipótese de sequer ponderar conversar com o Chega. Há linhas vermelhas que têm de ser tratadas. O PSD deve estar aberto a fazer coligações ou acordos, desde que isso não seja um atentado direto aos valores e princípios fundamentais do partido, senão isso já é uma perda de identidade”, afirma o antigo líder da JSD.

O candidato do PSD Carlos Moedas foi a grande surpresa da noite ao conquistar a Câmara de Lisboa ao socialista Fernando Medina.

Pedro Duarte fala numa “votação excecional”, Moedas é um vencedor desta noite de eleições autárquicas e vai ter um papel “muito importante na política portuguesa no futuro”.

O líder do PSD, Rui Rio, fez depender a sua continuidade à frente dos destinos do partido do resultado das autárquicas.

Pedro Duarte defende que, as diretas que poderão acontecer em janeiro de 2022, não devem servir para “atribuir classificações, prémios ou castigos às eleições autárquicas, mas será o momento do PSD escolher o candidato a primeiro-ministro que vai enfrentar o PS e António Costa, tentar inverter o rumo do país”.

O antigo deputado espera que Rui Rio tenha oposição e considera “muito importante para o PSD que houvesse um debate acesso sobre estratégias, caminhos e protagonistas para o futuro”.

“É sempre saudável quando esse debate se realiza, até para fortalecer os que saem como responsáveis. Uma espécie de paz podre nunca é bom para ninguém, nem sequer para as lideranças”, sublinha.