Mortes e mutilações no Amadora-Sintra. Peritagem confirma um caso de má prática
26-01-2023 - 17:04
 • Anabela Góis

Relatório elaborado pelo Colégio de Cirurgia Geral foi entregue ao bastonário da Ordem dos Médicos, que o vai fazer chegar ao Ministério da Saúde.

Peritagem deu como provado um caso de má prática clínica no Hospital Amadora-Sintra, apesar de um cirurgião ter denunciado 22 casos de cirurgias desnecessárias, erros, mutilações e, até, casos de mortes.

Fonte próxima do processo confirma à Renascença que apenas num dos casos, relativo a um doente com mais de 80 anos que acabou por morrer, houve uma má decisão num determinado momento, o que pode configurar má prática clínica.

O relatório final, elaborado pelo colégio de cirurgia geral, foi entregue quarta-feira ao bastonário da Ordem dos Médicos, que já o enviou para o Ministério da Saúde e para a administração do hospital.

Também a Entidade Reguladora da Saúde anunciou a abertura de uma investigação sobre os casos denunciados de alegada má prática clínica no Hospital Fernando Fonseca que serve a população dos concelhos da Amadora e Sintra.

A Procuradoria Geral da República instaurou um inquérito às alegadas más práticas médicas pela equipa de cirurgia.

As denúncias de alegadas más práticas clínicas foram feitas por um antigo diretor do serviço de cirurgia do hospital - um médico que se demitiu em fevereiro, na sequência de um processo disciplinar de que foi alvo por queixas de bullying e assédio laboral.

Estas investigações surgem na sequência de denúncias, divulgadas pelo jornal Expresso, indicando que 22 doentes operados naquela unidade hospitalar "morreram ou ficaram mutilados", alegadamente por más práticas médicas.

De acordo com o semanário, os casos remontam ao ano passado e foram comunicados à direção clínica do hospital no início de outubro (17 doentes) e no final de novembro (cinco situações).